22 de dezembro de 2024
Soja recua forte em Chicago nesta 3ª feira, voltando do feriado nos EUA pressionada pelo financeiro arisco

Foto: Reprodução

Os preços recuam sentindo o peso da aversão ao risco, com fundos e especuladores buscando ativos mais seguros e se desfazendo das posições em commodities agrícolas.

O mercado da soja volta do feriado despencando na Bolsa de Chicago nesta terça-feira (5). As cotações cediam de 33 a 55,50 pontos nos principais contratos, levando o agosto a US$ 14,61 e o setembro a US$ 13,61 por bushel. O novembro, referência para a safra americana, vinha cotado a US$ 13,42 por bushel.

Os preços recuam sentindo o peso da aversão ao risco, com fundos e especuladores buscando ativos mais seguros e se desfazendo das posições em commodities agrícolas. Mais do que isso, a ausência da demanda chinesa e mais o desenvolvimento da nova safra americana dentro da normalidade também contribuem para as baixas.

DEMANDA

A China permanece comprando em ritmo mais lento do que em anos anteriores, as margens das processadoras são ruins e os estoques de derivados são grandes no país. Mais do que isso, os preços dos óleos vegetais seguem despencando não só na China, mas em todo mercado asiático.

“O óleo de palma tem queda de 7% em dois pregões. Já devolveu toda a alta do ano. Os estoques na Malásia chegam à máxima de sete meses. Na China, a Sinograin, gestora das reservas, anunciou em junho uma rodada de seis leilões de óleo de colza – ou canola. O Ministro da Agricultura chinês espera safra recorde de oleaginosas, podendo passar de 55 milhões de toneladas pela primeira vez”, explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities.

Em duas semanas, a China comprou cerca de 20 barcos de soja, quando normalmente estaria comprando 30 por semana para garantir seu abastecimento. A nação asiática – e demais compradores – seguem pulverizando suas compras e buscando efetivar seus negócios onde os preços estão mais atrativos e o Brasil agora se mostra como uma alternativa interessante.

CLIMA NOS EUA

Ao lado da demanda, o clima no Corn Belt é o principal fundamento que está no radar dos traders. Os últimos dias foram de boas chuvas em regiões importantes de produção, como o estado de Illinois, partes de Iowa, Indiana e demais áreas, o que poderia ter promovido certa melhora nos campos norte-americanos.

“E este fato pode ser apelo limitante de corrida altista em Chicago para esta semana”, afirma Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting. “O quadro mostra que co clima traz temperaturas dentro do normal, mas com indicativos de que nesta terça teremos mais de 38ºC em Iowa e também temperaturas bem elevadas em Illinois, mas ainda sem grandes problemas, já que a safra ainda está no início do florescimento”.

Os últimos mapas do NOAA, o serviço oficial de clima dos EUA, mostra que, para o período de 10 a 14 de julho, as temperaturas deverão ficar acima da média em todo o cinturão produtivo, enquanto as chuvas deverão ficar dentro da média para os principais estados produtores.

Previsão de temperaturas nos EUA de 10 a 14 de julho – Mapa: NOAA
Previsão de chuvas nos EUA de 10 a 14 de julho – Mapa: NOAA

O novo boletim semanal de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) chega nesta terça-feira – também em função do feriado – e o mercado também espera por esses dados. E embora já tenham sido registradas baixas na qualidade das lavouras americanas por três semanas consecutivas, os índices ainda são maiores do que os registrados no mesmo período do ano passado.

“O mercado teve um começo de semana sem movimento porque os EUA comemoraram o aniversário da independência dos EUA neste 4 de julho e agora com 246 anos. As expectativas são de que nesta semana o mercado teria que corrigir um pouco para cima, já que caiu muito na ultima sexta-feira e com os indicativos já nos níveis de fundo de poço deste momento”, afirma Brandalizze.

Fonte: Noticias Agrícolas
Foto: Reprodução
Jornalismo Portal Panorama
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