
Goiás enfrenta um aumento significativo na incidência de raios em 2025, com mais de um milhão e meio de registros apenas nos primeiros meses do ano.
Os temporais que atingem Goiás desde o início de 2025 trouxeram um aumento expressivo na incidência de raios. Segundo a Equatorial Goiás, o estado já registrou um milhão e meio de descargas atmosféricas até a primeira quinzena de fevereiro. O número representa quase 50% do total de 2024, quando mais de 3,5 milhões de raios foram contabilizados.
As descargas elétricas afetam diretamente a rede de distribuição e são responsáveis por cerca de 20% das interrupções no fornecimento de energia. Além disso, ventos que chegam a 100 km/h agravam os danos à infraestrutura elétrica e aumentam os riscos para a população.
Dados inéditos da Equatorial Goiás revelam que Cristalina lidera o ranking estadual de incidência de raios, com 56.563 registros. Em seguida, aparecem Niquelândia, com 49.680, e Mineiros, com 35.971 descargas. Rio Verde e Formosa completam a lista das cinco cidades mais atingidas, com 32.666 e 32.372 raios, respectivamente. Goiânia, a capital, está na 135ª posição, com cerca de dois mil raios registrados neste ano.
A situação tem exigido medidas de adaptação e conscientização. O gerente do Centro de Operações Integradas da Equatorial Goiás, Vinícyus Lima, alerta para a necessidade de precauções durante tempestades. Ele reforça que a população deve evitar se abrigar sob árvores, caminhar por áreas alagadas ou tentar registrar imagens em momentos de risco. Além disso, dentro de casa, é importante não utilizar aparelhos eletrônicos conectados à tomada durante descargas elétricas.
Para minimizar os impactos, a Equatorial Goiás investiu mais de R$ 3,5 bilhões em 2024 na modernização da rede elétrica. No entanto, mesmo com esses esforços, a intensidade das tempestades e a alta incidência de raios continuam representando desafios.
O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) também aponta que as chuvas em Goiás estão acima da média. Goiânia, por exemplo, registrou 325,2 milímetros de precipitação na primeira quinzena de janeiro, 30% a mais que o esperado. Além disso, entre os dias 12 e 13 de janeiro, a capital teve 135,5 milímetros de chuva em 24 horas, o maior volume dos últimos 19 anos. Em outras cidades, como Edéia, os acumulados também foram expressivos, chegando a 137 milímetros em um único evento.
Os raios podem causar danos significativos à rede elétrica e comprometer a segurança pública. Entre os principais problemas estão picos de tensão que podem danificar transformadores e equipamentos, curtos-circuitos que resultam em apagões, e até incêndios causados pelas descargas. Para minimizar esses riscos, a Equatorial Goiás conta com para-raios instalados na rede elétrica e aterramento adequado para dissipar surtos de tensão.
Com a tendência de aumento dos temporais e das descargas elétricas, especialistas reforçam a importância da prevenção e da conscientização da população para evitar acidentes e minimizar os impactos na rede elétrica.
Por Gessica Vieira
Foto: Reprodução
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