Crianças soltas, carros tombando e vidas perdidas: até quando Jataí vai ignorar o caos no trânsito?

Por Alex Alves – Portal Panorama

Em menos de 24 horas, seis acidentes de trânsito foram registrados pelo Corpo de Bombeiros em Jataí. E esse número sequer considera os casos atendidos pelo SAMU ou aqueles que não acionaram os serviços de emergência, ficando fora das estatísticas oficiais. O que antes poderia parecer um aumento pontual agora se mostra um cenário preocupante e contínuo. O trânsito da nossa cidade vive uma escalada de violência.

Jataí é uma cidade com vias largas, cruzamentos bem sinalizados e estrutura urbana compatível com seu porte. Ainda assim, os acidentes não apenas têm se multiplicado, mas vêm se tornando cada vez mais graves. Vidas estão sendo ceifadas. E não é raro ver veículos tombados dentro do próprio perímetro urbano — como ocorreu nesta semana com uma viatura da Polícia Militar, e novamente na madrugada deste sábado (12), no setor Nossa Senhora de Fátima.

Esses episódios não são exceções. São sinais de um problema crescente que se espalha pelas ruas da cidade. Crianças em pé dentro dos carros, sem qualquer proteção, se tornaram uma cena comum. Muitas sequer usam os equipamentos de segurança recomendados por lei. Saem da escola e já entram direto no banco da frente, sem cinto, sem cadeirinha, sem supervisão. E os adultos responsáveis normalizam isso, como se fosse aceitável.

Outro exemplo alarmante é o que se vê nas noites de sexta e sábado: bares lotados, com motoristas consumindo bebida alcoólica e logo em seguida assumindo a direção de seus veículos — como se dirigir alcoolizado fosse parte do programa. A sensação de impunidade é visível. A ausência de fiscalização, também.

A realidade é clara: não estamos lidando apenas com imprudência individual, mas com uma cultura de desrespeito à vida que encontra terreno fértil na falta de ações concretas do poder público. A fiscalização é fraca, as campanhas educativas são esporádicas e as penalidades raramente passam de advertências.

A comunidade está cansada. Cansada de ver tragédias acontecerem diante dos próprios olhos. Cansada de ver a cidade se transformar em um cenário de imprudência. Clama por providências, por medidas enérgicas e contínuas, por um trânsito mais humano e respeitoso.

Esperar pelo próximo acidente para agir é um erro. E em trânsito, erros costumam custar caro — custam vidas. E nenhuma vida merece virar estatística.