De acordo com um estudo publicado recentemente pela revista científica European Heart Journal, alguns medicamentos utilizados para combater dores e inflamações podem aumentar os riscos de doenças do coração. Entre eles, destaque para o ibuprofeno e diclofenaco, conhecidos como anti-inflamatórios não-esteroides (AINES), os quais estão associados ao aumento no risco de infarto.
Estes medicamentos podem ser adquiridos sem receita em farmácias, o que torna a situação mais preocupante por conta da automedicação que muitas pessoas fazem. De acordo com este estudo, o uso do diclofenaco e do ibuprofeno pode aumentar em 51% e 31%, respectivamente, o risco de uma parada cardíaca. Lembrando que este não é o primeiro estudo que comprova que o uso de AINES pode aumentar o risco de problemas cardíacos.
Esta situação de risco é ainda maior nos casos de pacientes que já sofrem de alguma doença coronariana, como hipertensão. Portanto, o uso de AINES deve ser levado a sério e somente após a consulta com um médico.
Ressalta-se que na bula destes medicamentos há informações sobre os cuidados que os pacientes devem tomar, como o previsto na bula do ibuprofeno, “dados epidemiológicos sugerem que o uso de ibuprofeno, particularmente na dose mais alta (2400 mg diariamente) e em tratamento de longa duração, pode estar associado a um pequeno aumento do risco de eventos trombóticos (trombose) com infarto do miocárdio ou derrame”. Já a bula do diclofenaco contém a seguinte explicação “Se você tiver doença no coração estabelecida ou nos vasos sanguíneos (também chamada de doença cardiovascular, incluindo pressão arterial alta não controlada, insuficiência cardíaca congestiva, doença isquêmica cardíaca estabelecida, ou doença arterial periférica), o tratamento com diclofenaco sódico geralmente não é recomendado”.
De acordo com especialistas, o efeito colateral desses medicamentos relacionado a maior incidência de infarto é por conta da agregação plaquetária do sangue, visto que seu uso pode provocar formação de coágulos e estreitar também as artérias, aumentando a retenção de líquidos e a pressão arterial.
No Brasil, o diclofenaco e o ibuprofeno são vendidos em gotas ou em comprimidos com dosagens entre 50 mg e 600 mg.
Rosana de Carvalho – Site PaNoRaMa