OMS inclui Ozempic e Mounjaro na lista de medicamentos essenciais

A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou, em 5 de setembro de 2025, a sua Lista Modelo de Medicamentos Essenciais e incluiu dois fármacos de destaque no tratamento do diabetes tipo 2: a semaglutida, conhecida comercialmente como Ozempic, e a tirzepatida, registrada como Mounjaro. A medida contempla o uso desses medicamentos em adultos com diabetes tipo 2 associados a doenças cardiovasculares ou renais e obesidade, mas não prevê a indicação para obesidade isolada.
O que mudou
A presença desses medicamentos na lista da OMS serve como referência para orientar compras públicas e políticas de reembolso em diversos países. A decisão reconhece os benefícios comprovados dessas terapias no controle glicêmico, na perda de peso clinicamente relevante e na redução de desfechos cardiovasculares em populações de alto risco. Contudo, a OMS também alerta que o preço elevado ainda é uma barreira significativa e recomenda estratégias de negociação e estímulo à concorrência para ampliar o acesso.
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Para quem serve
A recomendação é voltada a adultos com diabetes tipo 2 associado a comorbidades cardiovasculares ou renais, em conjunto com obesidade. A seleção levou em conta fatores como impacto em saúde pública, segurança, custo-efetividade e eficácia clínica. O uso exclusivamente para fins de emagrecimento, sem a presença do diabetes, não foi contemplado.
Evidências científicas
Estudos clínicos de grande porte já haviam demonstrado que agonistas de GLP-1, como a semaglutida e a liraglutida, reduzem eventos cardiovasculares em pessoas com diabetes tipo 2 de alto risco. Resultados semelhantes também foram observados com a dulaglutida. Em populações sem diabetes, mas com sobrepeso ou obesidade, a semaglutida mostrou perda de peso significativa e redução de eventos cardiovasculares. Já a tirzepatida, que combina ação em GIP e GLP-1, apresentou reduções expressivas no peso corporal e melhora de marcadores cardiometabólicos em longo prazo.
Acesso e próximos passos
Apesar da inclusão na lista de essenciais, a disponibilidade imediata desses medicamentos não é automática. A medida funciona como guia para que os sistemas de saúde avaliem protocolos, negociem preços, definam critérios de elegibilidade e planejem aquisições. Em países que já utilizam terapias injetáveis desse tipo, a decisão da OMS pode facilitar a ampliação do acesso a grupos prioritários. Nos locais onde o custo ainda é proibitivo, a recomendação é priorizar pacientes de maior risco e adotar negociações centralizadas para reduzir barreiras.
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