Risco de febre amarela em Goiás é elevado
O Centro de Zoonoses da Secretaria de Saúde de Goiânia (SMS) confirmou, nesta quarta-feira (18), a sexta morte de macaco por febre amarela na capital este ano. Trata-se de um bugio, cujo corpo foi resgatado na mata de um condomínio fechado, o Jardins Paris, localizado na região Sul de Goiânia, próximo à saída para Bela Vista pela GO-020. A confirmação reforça o alerta epidemiológico emitido pela SMS e pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), de que há um elevado risco da doença em pessoas não vacinadas.
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É a sexta confirmação de morte de primata por febre amarela em Goiânia nos últimos dias. No Estado, já são 12: além dos registros na capital, há casos em Aparecida de Goiânia, Abadia de Goiás, Aragoiânia e Luziânia. Diante desse fato, a prefeitura de Luziânia, no Entorno do Distrito Federal, promoverá, em parceria com a SES, uma campanha de vacinação no município.
Serão duas ações. A partir do dia 23, equipes percorrerão dez rotas na zona rural. No dia 28, será realizado o Dia D Contra a Febre Amarela, na zona urbana, com imunização nos sistemas drive thru ou residencial. O público-alvo são crianças a partir de 9 meses de idade a adultos com até 59 anos de idade.
Os macacos não são transmissores da febre amarela. O vírus que causa da doença, do gênero flavivirus, é transmitido por mosquitos – mais comumente os Haemagogus e os Sabethes (a forma silvestre), mas, também, pelo Aedes aegypti (a forma urbana da doença, que não ocorre no Brasil desde 1945). A morte dos primatas, porém, são como sentinelas. “Isso significa que o vírus da febre amarela está circulando”, explica a gerente de Vigilância Epidemiológica da SES-GO, Magna Carvalho.
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Em 2020, até agora, foram analisados 48 macacos mortos em Goiás, para investigação da causa do óbito. Em Goiânia, foram 27. Neles, são feitos exames imuno-histoquímicos, para comprovação da presença do vírus. No caso, 12 foram positivos, 6 deles em Goiânia. Esses animais já apresentavam sinais como sangramento nos rins, fígado e baço.
De acordo com o gerente de Controle de Animais Sinantrópicos (ou seja, que se adaptaram ao ambiente urbano), o óbito de primadas em matas mostra a proximidade dos vetores em relação aos seres humanos, já que os mosquitos vetores são comuns nos parques públicos e nas áreas verdes de condomínios fechados de Goiânia. Por isso, a importância da vacina, que faz parte do calendário nacional de vacinação e está disponível nos postos de saúde o ano todo. Obrigatória para as crianças a partir de nove meses de idade (com reforço aos 4 anos), a cobertura vacinal está em cerca de 60% neste público. Entre os adultos, estima-se que chegue a 80%.
Doença tem letalidade alta
Os surtos de febre amarela ocorrem em ciclos de aproximadamente cinco a sete anos no País. Em Goiás, um deles ocorreu em 2007 e 2008. De 24 casos registrados, 16 terminaram em morte. De 2015 a 2017, foram dez casos, que culminaram em oito óbitos. Isso mostra a alta letalidade da doença. Segundo a gerente de Vigilância Epidemiológica da SES-GO, Magna Carvalho, ela gira em torno de 40%.
Na semana que vem, uma equipe do Ministério da Saúde virá a Goiânia para um trabalho de campo junto das secretarias Estadual e Municipal de Saúde para coletar mosquitos. Este é um trabalho rotineiro quando há aumento de risco em regiões mais afetadas pela doença.
Com a impossibilidade de extinção dos mosquitos transmissores e a proximidade cada vez maior das pessoas com as áreas verdes, a única forma segura de prevenção é a vacinação. Para diminuir riscos, Magna Carvalho recomenda, também, evitar adentrar matas no início da manhã e fim da tarde, quando os insetos estão mais ativos, e usar roupas que protejam mais o corpo.
Fonte: O Popular
Foto Capa: Fábio Lima
Jornalismo Portal Panorama
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