20 de setembro de 2024
Relatório da Associação Americana de Pesquisa do Câncer aponta relação entre álcool e câncer, recomendando mudanças no estilo de vida e maior conscientização.

Um novo relatório divulgado pela Associação Americana de Pesquisa do Câncer (AACR) revela que o consumo de qualquer quantidade de álcool está profundamente associado ao aumento de seis tipos de câncer, entre eles o câncer de mama e o colorretal. O documento, publicado nesta quarta-feira, destaca que adultos com menos de 50 anos vêm sendo cada vez mais afetados por essas doenças, e o álcool pode ser um dos principais fatores que explicam essa alta.

De acordo com o relatório, apesar das melhorias nos tratamentos e a consequente redução nas taxas de mortalidade, a incidência de alguns tipos de câncer, especialmente os que afetam o sistema gastrointestinal, está aumentando de forma significativa. O câncer colorretal, em particular, vem apresentando um crescimento inexplicável, com maior concentração de casos em adultos jovens.

O estudo estima que 40% de todos os casos de câncer poderiam ser evitados com a eliminação de fatores de risco modificáveis, como o consumo de álcool, tabagismo, sedentarismo e alimentação inadequada. A AACR recomenda não apenas a redução do consumo de álcool, mas também a adoção de hábitos mais saudáveis, como manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente, evitar a exposição excessiva ao sol e poluentes ambientais.

Diante desses dados, os autores do relatório sugerem medidas mais rigorosas de conscientização, incluindo campanhas públicas de comunicação e a inclusão de advertências sobre os riscos de câncer nos rótulos de bebidas alcoólicas. A iniciativa reflete uma mudança nas perspectivas sobre o consumo moderado de álcool, que por anos foi considerado benéfico para a saúde cardiovascular.

Em agosto, um extenso estudo britânico que acompanhou mais de 135 mil adultos por mais de uma década trouxe à tona conclusões importantes. O estudo mostrou que consumidores leves e moderados de álcool não apresentaram redução significativa no risco de doenças cardíacas em comparação com bebedores ocasionais. Além disso, ambos os grupos tiveram uma maior taxa de mortalidade por câncer, especialmente entre pessoas de baixa renda e aquelas com condições de saúde preexistentes.

Essas descobertas reforçam a urgência de uma reavaliação das políticas de saúde pública em torno do consumo de álcool, não apenas pelos riscos cardiovasculares, mas também pela sua ligação direta com o aumento dos casos de câncer. A recomendação é clara: reduzir o consumo de álcool e promover estilos de vida mais saudáveis são passos fundamentais na prevenção dessa crescente ameaça à saúde.

Por Gessica Vieira
Foto: Reprodução
Jornalismo Portal Pn7

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