Projeto já tem previsão de quando resultados poderão chegar à mesa do consumidor.

Oferecer pequi o ano inteiro, expandir o mercado consumidor e aumentar as maneiras de aproveitamento do fruto: esses são alguns dos objetivos que guiam uma pesquisa da Universidade Federal de Goiás (UFG) que está produzindo pequi em pó.

Não só o pequi – o projeto também estuda o jambo e a guariroba, explorando os valores antioxidantes e a quantidade de vitaminas oferecidas por cada um dos itens na nova versão.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Tarologa-Dany-300-x-250

A pesquisa é inédita. Embora o método e o equipamento usados não sejam novidade, essa é a primeira vez que o pequi é transformado em pó por meio de spray drying – secagem pela qual se produz, também, o leite em pó e o whey protein.

Quem coordena o projeto é Flávio Alves, docente da Escola de Agronomia da UFG, que compartilhou ao Portal 6 que a vontade de trabalhar com o pequi já existia há algum tempo, por causa da tradicionalidade do fruto.

“Geralmente as pessoas consomem pequi só na forma in natura, em conserva ou cozido, ou através de molho. Então a polpa dele é subaproveitada”, explicou.

E continuou: “ele só dá uma vez ao ano, também. Para ter mais tempo, você tem que congelar, e ele não fica o mesmo sabor com o tempo”.

Produção constante e maior exportação

A proposta é que a nova forma do produto seja oferecida durante todo o ano. A desidratação que o transforma em pó faz com que ele fique mais seco, aumentando o tempo pelo qual pode ser armazenado sem perder a qualidade.

“E aí tem a possibilidade de mandar o pequi para outros estados e outros países”, detalhou Flávio. Além de usá-lo como tempero, a ideia também prevê que ele seja utilizado pela indústria farmacêutica e estética.

A expectativa é de que o pequi em pó chegue diretamente à mesa dos brasileiros, aumentando o consumo do fruto ao suavizar o sabor e o aroma.

O time de pesquisadores prevê que isso aconteça em menos de um ano, o que ainda demanda patente e investimento de indústrias interessadas em processar o produto.

A equipe, composta também pelo professor Júlio César Briceno e o mestrando Roberto Braz, contará com parcerias internacionais: Flávio adianta que um aluno estudará o pequi na Espanha, enquanto outro abordará o jambo no Chile, ainda dentro dos próximos meses.

Aviso aos fazendeiros

O pesquisador também ressaltou as lições que a pesquisa pode deixar a quem tem propriedades rurais no Cerrado. “Preservar a árvore do pequi é necessário e é bom economicamente”, afirmou.

“[O fazendeiro] ganha muito mais vendendo o pequi e o que ele produz do que cortando a árvore”. Por isso, além dos efeitos imediatos, a expectativa é de que o projeto também ajude a evitar o desmatamento do bioma.

Por Natália Sezil
Foto: Acervo pessoal
Jornalismo Portal Pn7

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

× Como posso te ajudar?