A estudante de pedagogia Ellen Basilio da Silva, moradora de Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia, denuncia agressões homofóbicas e constantes hostilidades dos vizinhos, que não aceitam seu relacionamento com outra mulher. Em uma das ocorrências mais recentes, Ellen relata ter perdido parte de um dedo devido a uma mordida de uma vizinha durante uma briga.
Segundo Ellen, o ambiente de tensão e preconceito já motivou cinco boletins de ocorrência. Ela afirma que os vizinhos costumam provocá-la e que, no último conflito, a situação escalou após insultos dirigidos a ela enquanto chegava em casa de motocicleta. Na briga, ambas as partes se feriram, com a vizinha sofrendo queimaduras e arranhões.
Além dos episódios de violência física, Ellen também descreve invasões de privacidade e assédio moral por parte dos vizinhos. “Uma vez, fui mordida no rosto por uma vizinha ao tentar resolver um problema de vazamento no muro”, relatou. Ela afirmou que o marido da vizinha chegou a subir no telhado para espiar o quintal dela e da esposa. A delegada Silvana Nunes, responsável pela investigação, explicou que Ellen e a esposa possuem união estável, o que, segundo ela, seria o motivo da perseguição dos vizinhos. A vizinha foi presa em flagrante, mas liberada após audiência de custódia. A polícia trata o caso como homofobia.
Esse não foi o primeiro episódio violento. Em 2022, Ellen e sua esposa alegam ter sido agredidas fisicamente por três vizinhos, com socos, chutes e até mordidas. O primeiro boletim de ocorrência foi registrado em julho daquele ano, quando Ellen tentou dialogar com os vizinhos sobre uma infiltração. Segundo ela, o episódio resultou em ofensas e ameaças, com os vizinhos afirmando que ela e sua esposa “não prestavam” e não deveriam viver ali.
Em outro incidente, Ellen conta que foi confrontada pela vizinha enquanto varria a porta de casa. Após insultos homofóbicos, o conflito se agravou, envolvendo a filha e o marido da vizinha. Ellen relatou ter sido vítima de socos, puxões de cabelo e tentativa de enforcamento. Durante a briga, alguns vizinhos assistiram e filmaram a cena sem acionar a polícia.
Apesar das agressões, Ellen conseguiu chamar a Polícia Civil, que prendeu a vizinha em flagrante. Ela e a esposa foram submetidas a exames de corpo de delito que identificaram lesões múltiplas. Ellen, abalada, afirma que o preconceito permanece, mesmo após as tentativas de resolver as questões pacificamente.
Por Gessica Vieira
Foto: Reprodução
Jornalismo Portal Pn7