Com a onda de frio que atinge São Paulo e a região centro-sul do Brasil, além de tirar o casaco do armário, a população deve ter cuidados redobrados para manter a hidratação da pele, prevenir alergias e o ressecamento dos cabelos.
As baixas temperaturas têm sido provocadas por uma sucessão de ciclones vindos do oceano, associados ao ar frio do sul, entre as regiões costeiras de países como a Argentina e o próprio Brasil, segundo metereologistas.
Ainda nesta quarta, uma previsão do Inmet (Instituto Nacional Meteorologia) indica que ventos fortes devem atingir o Rio Grande do Sul, além de Santa Catarina, onde chegou a nevar na terça-feira (17). As rajadas podem atingir uma média de 110km/h.
Na capital paulista, a sexta-feira (20) deverá ser com uma mínima de 7ºC e a máxima de 16ºC, sob expectativa de que a temperatura baixe, ainda mais, nos extremos da cidade, com possibilidade de geada nos pontos mais altos.
Apesar do frio pedir um banho bem quente, a dermatologista do Hospital das Clínicas em Salvador, e presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia na Bahia, Ana Lísia Giudice, recomenda evitar as temperaturas elevadas, além de diminuir o tempo no chuveiro.
“O banho quente demais afeta a hidratação da pele, danifica a barreira cutânea, resseca o cabelo e aumenta a produção do sebo”, aponta. “O ideal é utilizar o chuveiro morno ou, caso opte pela temperatura mais elevada, tomar banho em até dez minutos, no máximo”, diz.
Uma das tarefas é aumentar a camada protetora da pele, disse Giudice. Para isso, caso a pessoa tome dois banhos, somente no primeiro banho do dia deve-se usar o sabonete pelo corpo todo. “Nos demais banhos, se necessário, passar somente nas regiões da virilha, axila, mãos e pés”, orienta.
Além do ressecamento, essa época do ano também deixa a pele mais suscetível a alergias, principalmente coceira nos idosos. Passar um hidratante logo depois do banho pode ser a saída, afirma a dermatologista.
“Por isso, pelo menos uma vez por dia, recomenda-se o uso de um bom hidratante 24 horas, até dez minutos após o banho”, informa.
Mas não são apenas as ondas de frio que fazem a pele ficar ressecada. Mesmo aqueles que moram em regiões mais quentes, mas que passam o dia em ambientes fechados com ar-condicionado podem ser afetados. “Hoje, a vida é praticamente em locais com ar-condicionado, que tira a umidade do espaço”, analisa Giudice.
Além do hidratante, a dermatologista Hassana Barros acrescenta também que é importante dar preferência aos sabonetes faciais sem detergência. “E o uso de protetor solar, como finalização ao tratamento da pele, que pode ter uma textura mais hidratante, se for necessário”, completa.
O ressecamento pode ser ainda pior para pessoas com tonalidades de pele preta. A hidratação e os cuidados devem se intensificar ainda mais. Passar o creme hidratante uma vez por dia pode não ser suficiente.
“Pelo menos, duas vezes ao dia. Depende da necessidade, pois alguns têm um ressecamento mais visível, o que incomoda os pacientes”, afirma.
Sobre os cabelos, a dermatologista Giudice orienta evitar danos térmicos provocados por aparelhos como chapinha ou mesmo o secador. Negros devem dar atenção especial a forma como tratam seus cabelos no período. “Esses aparelhos danificam bastante os cabelos, pois, geralmente, o cabelo crespo é mais frágil, mais fino, resseca mais rápido.”
Mesmo a lavagem dos fios com shampoo e condicionador pode ser feita menos vezes na semana. “Se precisar molhar, em outros dias, que se use óleos vegetais antes de entrar no chuveiro”, completa Giudice.
Terapeuta capilar, a tricologista da marca de cosméticos veganos Betobita Feito à Mão, Kátia Almeida, faz coro às recomendações da dermatologista. Ela indica evitar lavagens dos cabelos com a água muito quente. “Indica-se água morna, embora estejamos falando de estações mais frias no ano”, afirma.
Além disso, prossegue, é indicado utilizar produtos capilares com ingredientes compostos por manteiga ou óleos vegetais, como girassol, jojoba, linhaça, cártamo, coco ou semente de uva para deixar o cabelo com aspecto mais saudável.
“São produtos que ajudam a formar uma capa, um filme no fio, que colabora para proteger contra o frio. Podem ser encontrados em lojas de cosméticos ou casas de produtos naturais”, indica. “De preferência, fazer a umectação antes de dormir”, orienta.
Para fazer a umectação é necessário passar o óleo nas mechas de cabelo antes de ir para a cama e retirar pela manhã.
A frequência da lavagem deve ser, no máximo, duas vezes por semana. Assim é possível manter a saúde do couro cabeludo. “Independente do tipo do cabelo: cacheado, ondulado, crespo ou liso. Se possível, com um condicionador limpante e hidratar todas as vezes que lavar”, pontua.
Na hora de dormir, o cetim vira um aliado. “Para os cabelos preservados é recomendado dormir com touca ou fronha de cetim para evitar a fricção e o embaraçamento, principalmente, dos cabelos cacheados ou crespos”, finaliza.
Fonte: FolhaPress
Foto: Jucimar de Sousa – Mais Goiás
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