O hype em torno do novo aplicativo BeReal e seu crescimento no Brasil

Foto: Witthaya Prasongsin/ Getty Images

"Ele vai competir e ganhar espaço entre marcas e influenciadores?" indaga Rejane Toigo, fundadora da Like Marketing e social media.

O mundo espera o surgimento da rede social que vai desbancar o Instagram, com seus 122 milhões de usuários no Brasil, perdendo somente para Youtube e WhatsApp.

Enquanto a rede se prepara para competir com o TikTok, que vem crescendo a passos não tão largos, surge a promessa de voltar às origens e postar fotos como um simples mortal: a BeReal, que já soma 5 milhões de downloads em 2022.

Com uma proposta simples, de postagens em horários aleatórios, avisados pelo alarme da rede, o usuário tem 2 minutos para postar uma foto dupla e publicar o que está fazendo no momento, usando a câmera frontal e traseira do celular: uma de onde ele está ou do que está fazendo e outra dele, sem filtros ou edições. O detalhe da rede é que você só vê as fotos dos amigos se você também postar.

Uma plataforma diária e imprevisível

Em sua descrição, o aplicativo define-se como “a primeira plataforma espontânea e imprevisível onde você pode compartilhar, uma vez por dia, seus movimentos mais autênticos com seus amigos através de fotos.”

A ideia é ser real, mostrar seu momento sem disfarces, sem retoques e caiu no gosto da Geração Z, aquela dos que nasceram entre 1995 e 2010 e estão saindo da faculdade e entrando no mercado de trabalho.

As consultorias McKinsey, especializada em gestão, e Box1824, focada em análise de tendências jovens, realizaram uma pesquisa no Brasil com a Geração Z para conhecer e entender o comportamento dessa faixa etária.

Porque a BeReal caiu no gosto da Geração Z

Descobrimos a explicação para o apego à nova rede: além de terem nascido já na evolução tecnológica, sendo nativos digitais, eles são mais autênticos e conseguem expor seus medos e fragilidades sem problemas. Também são mais comunicativos e usam as redes como muitos adolescentes mais velhos usaram as páginas de seus diários.

Está explicada a grande adesão da Geração Z ao BeReal, cuja proposta vem ao encontro dos seus anseios. O sucesso é tão mensurável, que até o TikTok resolveu copiá-la, liberando a função “TikTok Now” (TikTok Agora, em uma tradução livre). A BeReal foi fundada em 2020, na França, pelo ex-funcionário da GoPro, Alexis Barreyat e seu amigo Kevin Perreau e teve início quase como o Facebook, se destacando entre a comunidade universitária e se espalhando pelo mundo, pois traz a simplicidade de um feed mais curto e sem muitas informações.

Embaixadores universitários

Crescendo 300% em dois anos, ela já é a rede mais baixada nos Estados Unidos no último mês de setembro. Com uma estratégia nada convencional de crescimento, o BeReal disponibiliza em seu site um formulário para “embaixadores universitários” da rede, que ganham dinheiro a cada novo usuário que conquistam.

Sem um modelo de negócios claro, os criadores do BeReal apostam nos ganhos a longo prazo e ainda não disponibilizam propagandas no aplicativo, sendo a maior vantagem em relação às outras redes. Mas não possui uma clara orientação sobre a política de privacidade nem utiliza a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), o que pode ser uma desvantagem.

Concorrência de tecnologia e inovação

A empresa afirma não querer seus usuários perdendo tempo navegando na plataforma e isso pode ser um diferencial. Também não se consegue ficar famoso como em outras redes. Assim, é de se supor que o ser humano comum, que ainda queira fazer sucesso, opte por continuar nas redes tradicionais, pois elas acabam se reestruturando para absorver detalhes da concorrência.

E isso é muito comum na crescente indústria de tecnologia e inovação, onde as novidades apresentadas por redes sociais que surgem como inovadoras sejam copiadas pelas plataformas maiores, fazendo com que as pequenas deixem de existir.

Assim, nossa previsão é de que a nova rede BeReal seja mais um modismo social, trazendo desafios para as plataformas existentes atenderem às necessidades de seus usuários, não representando concorrência para o Instagram, que observa do alto de seus 1,4 bilhão de usuários no mundo.

Fonte: M Buzz
Foto: Witthaya Prasongsin/ Getty Images
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