Temporada do tosse: saiba reconhecer os tipos e os perigos

Temporada do tosse: saiba reconhecer os tipos e os perigos
Suzane Moraes Teixeira: “Estou gripada pela terceira vez no mesmo mês e com uma tosse que sara e começa com muita frequência e que à noite incomoda ainda mais” (Foto: Fábio Lima)

Todo ano, quando chega essa temporada de baixa umidade por conta do tempo seco, a técnica em segurança do trabalho Suzane Moraes Teixeira, 34, já espera o nariz e a garganta ficarem mais sensíveis e irritados e, para completar o combo, uma tosse que vai e volta. Ela não está sozinha. É bastante comum ver uma pessoa tossindo nesse período, visto que a mudança de temperatura constante e o ar frio podem irritar as vias aéreas e, além disso, há uma grande circulação de vírus, aumentando o número de casos de problemas respiratórios. O sintoma serve de alerta para uma eventual infecção ou alergia.

“Estou gripada pela terceira vez no mesmo mês e com uma tosse que sara e começa com muita frequência e que à noite incomoda ainda mais. É deitar e tossir. Eu durmo só com umidificador”, conta Suzane Moraes, que também utiliza mel com limão, açafrão e alho, toma chá e evita beber gelados para tentar minimizar ainda mais o problema. Por se tratar de um sinal de que algo não vai bem no organismo, para amenizar o sintoma é fundamental não descuidar da hidratação, ter uma alimentação balanceada, uma boa noite de sono e manter a casa limpa e ventilada para evitar a transmissão de agentes infecciosos.

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Antes da busca pelo alívio do problema é importante saber quais são os tipos e o tempo de duração de cada uma. Basicamente, a tosse é dividida entre a seca e a produtiva, que possui catarro. Ambas têm em comum três classificações, relacionadas ao período do sintoma. A aguda dura até três semanas e, na maioria das vezes, é infecciosa e melhora ingerindo muito líquido, fazendo lavagem nasal com soro fisiológico várias vezes ao dia e vaporização sem a necessidade de nenhuma essência. No inverno, sete em cada dez casos são viroses e as causas mais recorrentes são resfriados, gripes, alergias e asma.

Também de origem infecciosa, a subaguda pode durar de três a oito semanas e é uma consequência do processo inflamatório e lesão da mucosa de revestimento das vias respiratórias. Já a crônica pode permanecer por um período acima de dois meses e tem como principais causas doenças rinossinusais, como rinite e refluxo. Em ambos os casos é preciso o acompanhamento médico desde o início. “A tosse continuada não deve nunca ser considerada normal. É preciso fazer uma investigação minuciosa na procura de outros sintomas”, orienta a pneumologista Roseliane de Souza Araujo.

A tosse surge quando algo fugiu da rotina fisiológica do corpo. O problema é que muitas vezes ela não é levada a sério ao ponto de merecer uma visita médica. É onde mora o perigo. “Ela é um mecanismo de defesa que serve para expelir alguma coisa que esteja dentro das vias respiratórias. Pode ser o primeiro sinal ou o único de diferentes doenças. Devemos desconfiar quando se torna constante, associada à produção de escarro, seguida de sons anormais na região do tórax ou falta de ar, sangramento, além de casos em que vem acompanhada de febre”, diz Roseliane.

Tratamento

O tratamento da tosse persistente depende diretamente de um diagnóstico bem estabelecido. “Se o problema prosseguir por mais de duas semanas deve-se procurar uma avaliação porque esse tempo pode ter uma característica de infecção viral e fator irritante. Se passar desse período, posso pensar em uma tuberculose, mais do que isso, numa exposição seguida dentro da casa, por exemplo, ao mofo. Se é subaguda ou crônica podem estar relacionadas a bronquite crônica ou enfisema, que é secundário ao tabagismo”, afirma o pneumologista Marcelo Rabahi.

Manter ambientes arejados ajudam na prevenção de doenças respiratórias, como a Covid-19. A tosse seca é um dos principais sintomas da doença. “Então, é importante evitar infiltrações na parede, que criam mofo, além de poeira em objetos acumulados e aves dentro do ambiente”, lembra Rabahi. “Os remédios caseiros têm benefícios porque o chá aumenta a hidratação e o ato de tomar faz uma névoa que umidifica. O que costumo dizer é apenas para não fazer nada de forma abusiva”, complementa.

A tosse acaba levando muita gente aos perigos da automedicação. “Mais do que aliviar, devemos tratar a causa. É importante que não se fique usando medicações sem uma recomendação porque se o problema está persistindo pode ser uma doença que deve ser investigada”, lembra o especialista. Nos últimos meses, a acetilcisteína vem sendo bastante procurada nas farmácias. “É um remédio antigo e que é indicado para quem está com sintoma de secreção muito espessa. Não tem nenhuma evidência de efeito quando não se tem catarro. Nesses casos, o uso é desnecessário”, comenta.

Desespero dos pais

O barulho da tosse chega a dar arrepio em quem tem filho pequeno, já que levanta suspeita de doenças, além de tirar o sono das crianças e dos pais. Apesar de parecer desesperador, a maior parte dos casos de tosse nas crianças, no entanto, tem uma causa bem menos preocupante: o resfriado comum, resultante de infecções virais. Para aliviar o sintoma, a dica da pediatra Isis Oliveira Helou, é a “lavagem nasal abundante porque fluidifica a secreção e impede evolução para complicações bacterianas, como otite e sinusite”, ressalta ela.

Outras causas menos comuns são sinusite bacteriana, doença do refluxo gastroesofágico, pneumonia, bronquite e asma. A especialista orienta a procurar um especialista se o sintoma persistir por mais de dez dias, ou se for associada com a falta de ar, febre prolongada, apetite reduzido ou pele roxinha (cianose). A automedicação também é desaconselhada. “Algumas medicações podem causar efeitos colaterais, serem prejudiciais sem a correta resolução e até piora da doença de base que está causando a tosse”, completa Isis Helou.

Receita caseira

Xarope natural para bebês maiores de 6 meses

Ingredientes:

  • 1 abacaxi médio
  • 1 pedaço de gengibre equivalente a uma colher e meia de sopa

Modo de preparo:

  • Descasque o abacaxi e corte em pedaços pequenos.
  • Leve o abacaxi ao fogo para uma rápida fervura (a fruta solta água, por isso não é preciso colocar nada) em fogo brando.
  • Retire do fogo e passe os pedaços de abacaxi na peneira e esprema para que saia todo o caldo.

A parte líquida da receita é o xarope.

  • Acrescente os pedaços de gengibre ao xarope para finalizar a receita.
  • Quando esfriar retirar o gengibre.
  • Deixar na geladeira para melhor conservação. E quando for usar retirar um pouco antes.

Modo de uso:

  • 3 vezes ao dia
  • +/- 2,5 ml cada dose

Fonte: O Popular
Foto: Fábio Lima
Jornalismo Portal Panorama
panorama.not.br

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Redação Portal PaNoRaMa

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