A Equatorial Goiás ficou em penúltimo lugar no ranking de desempenho das distribuidoras de energia elétrica de grande porte do Brasil. A lista com 31 empresas foi divulgada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na quarta-feira (2) e trata de índices alcançados em 2024.
A lista é elaborada pela agência federal com base no Desempenho Global de Continuidade (DGC), formado a partir da comparação de valores de Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) e Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC) das companhias em relação aos limites estabelecidos pela Aneel para esses indicadores.
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Embora tenha ficado entre as últimas colocadas, a Equatorial registrou melhora em seus números. O DGC de 2024 foi de 1,19 contra 1,66 de 2023 (quanto menor o número, melhor o desempenho). Em 2024, o consumidor goiano ficou, em média, 15,91 horas sem energia (DEC). O número é maior do que o limite de 11,43 que havia sido estipulado pela Aneel. A frequência (FEC) das quedas foi de 7,61, resultado que ficou abaixo do limite de 7,73.
Já em 2023, a duração das quedas foi de 21,58 horas e a frequência foi de 11,16. Naquele ano, houve desrespeito ao limite de 11,45 horas de duração de interrupção do serviço, mas a empresa cumpriu o teto de 7,79 quedas.
Em nota, a Equatorial Goiás afirmou que o resultado apontado nos indicadores da Aneel está dentro do esperado. Segundo a companhia, a recuperação em relação a 2023 é consequência de “planejamento de curto, médio e longo prazo que está sendo executado e o plano de reconstrução do sistema elétrico, implantado há dois anos, que já começa a surtir efeito no dia a dia dos goianos, conforme comprovam os dados da própria Aneel”.
Quanto à melhora no DGC, a empresa disse que o resultado corresponde às expectativas da companhia, dentro do cenário de investimentos e da situação defasada em que a rede foi encontrada.
Em relação ao FEC, a empresa argumentou que também houve redução e o resultado ficou dentro do limite regulatório estabelecido para 2024. “Destaca-se que tanto o DEC quanto o FEC representam os melhores resultados da história da concessão”, apontou a companhia. A Equatorial assumiu a distribuição de energia em Goiás no final de 2022, há pouco mais de dois anos.
Questionada sobre o fato de a duração das interrupções ter ficado acima do limite definido pela Aneel, a empresa reiterou que, em 2023, encontrou a rede defasada e com necessidade de investimentos, “o que impacta até hoje a operação, mesmo assim, não mede esforços para garantir uma verdadeira transformação da realidade do sistema no estado”.
De acordo com a Equatorial, o resultado do DEC de 2024 representou avanço acima da expectativa projetada informada para a Aneel durante a transferência de controle da concessão. A companhia destacou que houve redução de 10,2 horas na duração das interrupções, na visão cliente, e 5,7 horas na análise regulatória. “(…) o resultado mostra que a Equatorial está no caminho certo e dá força para a concessionária seguir focada em ações que vão garantir uma transformação completa da rede elétrica em Goiás”, argumentou a empresa.
O Grupo Equatorial assumiu a distribuição de energia em Goiás em 30 de dezembro de 2022, após comprar a antiga Celg Distribuição (Celg-D) da italiana Enel por R$ 1,51 bilhão. As tratativas entre as duas empresas foram acompanhadas de perto pelo estado de Goiás. Desde que assumiu o governo em 2019, Ronaldo Caiado (UB) foi crítico do serviço prestado pela Enel.
Ao assumir a concessão, a Equatorial negociou junto à Aneel afastar por três anos o risco de caducidade da concessão, mesmo em caso de descumprimento de critérios de eficiência e relacionados à gestão econômico-financeira. Além disso, no primeiro ano de concessão, a fiscalização teve apenas caráter de orientação.
Nacional
No ranking da Aneel de 2024, a primeira colocada foi a Companhia Jaguari de Energia (CPFL Santa Cruz, de São Paulo), que teve desempenho global de 0,58. Em seguida, estão a Energisa Paraíba e a Energisa Rondônia, que registraram o mesmo índice, de 0,62. A última colocada foi a Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica, do Rio Grande do Sul, que registrou DGC de 1,76. A CEEE é do Grupo Equatorial Energia.
Os números nacionais mostram que a qualidade da distribuição de energia elétrica melhorou de forma geral no País em 2024 na comparação com 2023. De acordo com a Aneel, os consumidores brasileiros ficaram, em média, 10,24 horas sem energia no ano passado, resultado que representa redução de 1,7% em relação ao ano anterior, quando a duração foi de 10,42 horas em média. Já a frequência caiu de 5,15 interrupções em 2023 para 4,89 em 2024. A queda foi de 5%.
Investimento de R$ 2,2 bi no ano
A Equatorial investiu R$ 2,2 bilhões em Goiás no ano de 2024. A empresa afirmou que, em dois anos, aplicou mais de R$ 4 bilhões na rede. Entre as medidas adotadas estão a ampliação e modernização de 203 subestações e entrega de seis novas unidades: Aparecida, Riviera-Parque Atheneu (Goiânia), Anápolis-Universitário e Piratininga (São Miguel do Araguaia), JK Jataí e Pirenópolis. A empresa também destacou que foram entregues sete novas linhas de distribuição de alta tensão e outras seis foram modernizadas.
A empresa argumentou que as obras demonstram o compromisso com o desenvolvimento do estado. A companhia disse ainda que o cenário é de “avanços históricos na qualidade do fornecimento de energia elétrica”.
Em ranking nacional publicado nesta quarta-feira (2) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Equatorial Goiás ficou em penúltimo lugar entre 31 distribuidoras de grande porte. O Desempenho Global de Continuidade (DGC) da Equatorial – parâmetro usado para a definir a classificação – passou de 1,66 em 2023, para 1,19 em 2024.
Em nota, a empresa argumentou que o DGC compara o desempenho real com as metas estabelecidas especificamente para cada distribuidora, refletindo o desafio de alcançá-las. A Equatorial alegou que o indicador tem como base exclusivamente as características da área de concessão, que têm suas particularidades e dificuldades.
A Equatorial afirma que as mudanças na rede são percebidas na satisfação dos clientes e que, em fevereiro, alcançou a 80ª posição no ranking de empresas com maior número de reclamações no Procon Goiás, com quatro registros.
Por Karla Araújo
Foto: Wildes Barbosa
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