Imagine descobrir que uma moeda de 50 centavos em seu bolso poderia, em vez disso, colocar mais de mil reais em sua carteira. Isso pode parecer um conto de fadas, mas é a realidade para alguns sortudos que conseguiram colocar as mãos em um tipo especial de moeda — a “mula” ou moeda híbrida.

Esta peculiaridade monetária ocorreu devido a uma falha na produção. Ao invés do valor correto, a moeda foi estampada com um ‘5’ solitário. Rapidamente percebido e corrigido, algumas dessas moedas únicas escaparam do confinamento do cofre e encontraram o caminho para o mercado. Para aqueles que valorizam erros de cunhagem, essas moedas são mais do que simples trocados, são peças valiosas para coleções.

Infelizmente, a raridade e o valor dessas moedas chamaram a atenção de falsificadores menos escrupulosos, inundando o mercado com imitações. Isso tornou a venda dessas moedas um desafio.

A ascensão da numismática no Brasil

O comércio de moedas raras está florescendo no Brasil, impulsionado em parte pelo lançamento de moedas comemorativas das Olimpíadas. Como resultado, muitos brasileiros se tornaram colecionadores e comerciantes de moedas.

Hilton Lucio, numismata há quatro décadas, é um exemplo dessa tendência. Sua paixão pelas moedas começou na infância com um punhado de moedas antigas encontradas na casa da avó. Hoje, ele é um estudioso dedicado da numismática.

Moeda de 50 centavos com apenas o 5 impresso. Imagem/Reprodução: Dinheiro em Ação

“Quando criança, não sabia que existiam moedas diferentes em outros países e, na medida em que o tempo foi passando, eu comecei a estudar e me interessar cada vez mais pelo assunto”, Hilton recorda.

Para Oswaldo Rodrigues, Diretor de Comunicação da Sociedade Numismática Brasileira (SNB), entender as sutilezas do mercado é crucial. Embora a SNB receba ofertas diárias para vendas, a organização não compra nem avalia peças numismáticas. Em vez disso, os interessados devem procurar comerciantes dispostos a adquirir suas peças.

Avaliando a raridade de uma moeda

O que transforma uma simples moeda em uma relíquia valiosa? Em grande parte, é o estado de conservação. Moedas são categorizadas de acordo com o grau de desgaste e conservação, desde “Flor de Cunho” (FC), que não apresenta sinais de manuseio, até “Um Tanto Gasta” (UTG), onde apenas a silhueta da figura principal e as letras da periferia são visíveis.

Além disso, a raridade também desempenha um papel importante. “Sempre pense que uma moeda é rara quando existem menos de 100 moedas disponíveis no mundo”, esclarece Oswaldo.

Portanto, se você está de olho em uma moeda, pode ser útil lembrar que não são apenas os zeros adicionais que adicionam valor, às vezes, um simples erro de digitação pode fazer toda a diferença.

Por Francisco Alves
Foto: Reprodução/Portal 6
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