16 de dezembro de 2024
Controlar insulina reduz risco de infecção por coronavírus, diz estudo

Foto: moodboard/Getty Images

Pesquisadores da Universidade de Osaka descobriram que o nível elevado de insulina é um fator de risco para idosos, obesos e diabéticos...

O envelhecimento, a obesidade e o diabetes são três fatores que estão associados ao aumento dos níveis de insulina no sangue. Na pandemia da Covid-19, pessoas desses grupos também foram apontadas como as mais vulneráveis a complicações após o coronavírus.

Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Osaka, no Japão, publicado na revista científica Diabetes, mostra evidências de que a redução dos níveis de insulina no sangue para um patamar saudável pode diminuir o risco de desenvolver Covid-19 após a infecção pelo coronavírus.

Isso porque a proteína GRP78, encontrada no tecido adiposo, ajuda o vírus Sars-CoV-2 – causador da Covid-19 – a se ligar e entrar nas células, aumentando assim o potencial da infecção.

“Recentemente, foi sugerido que o tecido adiposo pode ser um reservatório importante para o coronavírus. Por isso, queríamos investigar se há alguma ligação entre o excesso de gordura em pacientes idosos, obesos e diabéticos e sua vulnerabilidade à Covid-19″, disse Jihoon Shin, principal autor do estudo, à publicação.

Os pesquisadores descobriram que a proteína spike do coronavírus também pode se ligar diretamente à GRP78 e a presença desta aumenta ainda a ligação com a enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2), uma proteína humana usada pelo vírus para invadir as células.

“Os resultados foram muito claros. A expressão do gene GRP78 foi altamente regulada no tecido adiposo e aumentou quanto maior a idade, e os níveis de obesidade e diabetes”, afirmou Iichiro Shimomura, autor sênior do estudo.

Por outro lado, o tratamento com medicamentos que controlam o diabetes e reduzem os níveis de insulina, exercícios físicos e a restrição calórica conseguem reduzir também o nível de expressão de GRP78 e os níveis da proteína no tecido adiposo.

“Nossos resultados sugerem que um nível elevado de insulina no sangue é um importante fator de risco que pode predispor indivíduos idosos, obesos e diabéticos à infecção. Assim, controlar a insulina no sangue com intervenções farmacológicas ou ambientais, como exercícios, poderia ajudar a diminuir o risco desses pacientes”, afirmou Shin.

Veja quais são os sintomas mais frequentes de Covid-19:

  • A infecção pelo novo coronavírus afeta as pessoas de formas diferentes. Ela pode causar desde sintomas leves até quadros graves, com necessidade de hospitalização
  • Idosos e pessoas com comorbidades, como doenças cardíacas, pulmonares ou diabetes, e os imunossuprimidos apresentam maior risco de desenvolver complicações mais sérias da Covid-19
  • No início da pandemia, os principais sintomas associados à doença eram febre, cansaço, tosse seca, dores no corpo, congestão nasal, coriza e diarreia
  • Quase dois anos depois da confirmação do primeiro caso, com o surgimento de novas variantes do coronavírus, a lista de sintomas sofreu algumas alterações
  • Pacientes passaram a relatar também calafrios, falta de ar ou dificuldade para respirar. Fadiga, dores musculares ou corporais, dor de cabeça, perda de olfato e/ou paladar, dor de garganta, náusea, vômito e diarreia também fazem parte dos sintomas
  • A variante Delta, identificada pela primeira vez na Índia, espalhou-se rapidamente pelo mundo e gerou um novo perfil da doença
  • Atualmente, ela se assemelha a um resfriado, com dores de cabeça, dor de garganta, coriza e febre, segundo um estudo de rastreamento de sintomas feito por cientistas do King’s College London
  • A mudança no perfil dos sintomas é um desafio no controle da pandemia, uma vez que as pessoas podem associá-los a uma gripe comum e não respeitar a quarentena, aumentando a circulação viral
  • Um estudo feito no Reino Unido, com 38 mil pessoas, mostrou que os sintomas da Covid-19 são diferentes entre homens e mulheres
  • Enquanto eles costumam sentir mais falta de ar, fadiga, calafrios e febre, elas estão mais propensas a perder o olfato, sentir dor no peito e ter tosse persistente
  • Os sintomas também mudam entre jovens e idosos. As pessoas com mais de 60 anos relatam diarreia com maior frequência, enquanto a perda de olfato é menos comum
  • A maioria das pessoas infectadas que tomaram as duas doses da vacina sofre com sintomas considerados leves, como dor de cabeça, coriza, espirros e dor de garganta

Por Bethânia Nunes
Foto Capa: Getty Images
Jornalismo Portal Panorama
panorama.not.br

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