Jovem goiana vive meses de terror após ter gaze esquecida dentro do corpo em cesariana

Mariana ficou com uma grande cicatriz após retirar o corpo estranho. (Foto: Reprodução/G1)

Mariana Silveira ficou quase seis meses sofrendo com fortes dores antes de sequer descobrir a presença do corpo estranho no corpo.

O que era para ser um parto normal e tranquilo, realizando o sonho de ser mãe, em poucos dias se tornou um pesadelo para Mariana Silveira Neves, de 25 anos.

A jovem deu à luz no dia 5 de abril, no Hospital Municipal e Maternidade Valdete Bispo Siqueira Borges, em Nova Crixás, no Norte de Goiás, e logo começou a sentir dores intermináveis. O que ela não sabia é que esses incômodos estavam sendo causados por uma gaze esquecida dentro do abdômen durante a operação.

Os desconfortos persistiram desde o momento em que saiu da sala de cirurgia, como explicou Mariana em entrevista.

“Depois que eu tomei banho e tudo, não consegui nem andar de dor. Até reclamei para as enfermeiras que tinha dor e algo me incomodava ao andar”, contou.

A jovem, no entanto, teve alta já no dia seguinte e foi para casa com a informação de que a dor era normal e que iria passar logo.

Mariana conviveu com inchaço na região do abdômen sem saber do que se tratava. (Foto: Reprodução/G1)

Contudo, os sintomas só pioraram nos meses seguintes. Mesmo com diversas consultas e exames, nenhum conseguiu apontar a causa dos incômodos, além de um inchaço abdominal na altura da barriga.

Descoberta frustrada

A resposta só veio em setembro, quando Mariana passou por duas incisões para que a equipe médica localizasse o corpo estranho que, até então, não sabiam o que era.

“Abriram [o local da] cesariana e não estava lá. Aí, teve que cortar a minha barriga. Eles falaram que estava colado no intestino”, relatou, chateada.

Mariana Silveira Neves e seu bebê, em Goiás. (Foto: Reprodução/G1)

A operação de risco resultou na perda de parte do intestino e uma trompa de falópio, além de deixar a jovem com uma grande cicatriz na barriga.

Contratempos

Depois da cirurgia, ela precisou ficar internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sem saber do que se tratava o problema recém-descoberto.

“Demoraram a me contar. Fiquei bem triste. Não esperava ficar com uma cicatriz grande assim. E fiquei mais triste ainda quando soube da perda da trompa”, declarou a jovem.

Depois disso, Mariana registrou uma denúncia contra o médico que fez o parto junto à Subdelegacia de Polícia Civil (PC) de Nova Crixás.

De acordo com a delegada Fernanda Simão de Almeida, responsável pelo caso, o médico que fez a cirurgia já foi ouvido durante as investigações e relatou que tudo correu dentro do procedimento, sem intercorrências durante a cesariana.

Por Thiago Alonso
Foto: Reprodução/G1
Jornalismo Portal Pn7

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
× Como posso te ajudar?