Governo estuda reduzir imposto de carros populares flex para estimular indústria automotiva

O governo federal deve analisar, nesta quinta-feira (10), um novo decreto que prevê a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos populares e menos poluentes, com foco nos modelos flex. A proposta visa beneficiar carros com motor a etanol ou gasolina e potência inferior a 90 cavalos — categoria que atualmente paga uma alíquota de 7% de IPI.
Segundo informações preliminares, a medida será válida tanto para pessoas físicas quanto para empresas, como locadoras de veículos. Os modelos 1.0 turbo, por sua vez, devem ficar de fora do corte tributário.
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Embora não haja um teto de preço definido, a intenção é focar em automóveis considerados populares. Entre os modelos que atendem aos critérios definidos estão todas as versões de Renault Kwid e Fiat Mobi; versões de entrada do Chevrolet Onix e Onix Plus; Citroën Basalt e C3; Fiat Argo; Hyundai HB20 e HB20S; e os Volkswagen Polo e Tera.
A ideia central do governo é duplamente estratégica: estimular a produção nacional de veículos ambientalmente eficientes e impulsionar as vendas do setor automotivo, que enfrenta dificuldades devido à baixa produção, juros elevados e aumento da concorrência com veículos importados.
O impacto financeiro da renúncia fiscal ainda não foi oficialmente calculado. No entanto, a equipe econômica sinaliza que a União não deverá perder arrecadação, uma vez que a diminuição do IPI será compensada com o aumento da carga tributária sobre veículos mais poluentes, movidos exclusivamente a combustíveis fósseis.
Hoje, um carro zero-quilômetro de entrada no Brasil custa em torno de R$ 80 mil. Com a retirada do IPI de 7%, modelos como o Renault Kwid poderiam ter uma redução de aproximadamente R$ 5.500, passando de R$ 79.790 para R$ 74.204.
Carros elétricos não serão contemplados com o benefício, uma vez que um dos critérios obrigatórios para o incentivo é que o veículo seja produzido no Brasil — o que ainda é exceção entre os modelos elétricos comercializados no país.
Foto: Reprodução
Jornalismo Portal Pn7