Pequi mostra benefícios à saúde e pode proteger rins, aponta pesquisa

Presença marcante na culinária da região central do País, o pequi é um fruto que desperta opiniões fortes: há quem não suporte nem o cheiro característico, mas também quem não abra mão de seu sabor inconfundível. Para este último grupo, as descobertas científicas recentes são animadoras: pesquisas vêm apontando benefícios expressivos do chamado “ouro do Cerrado” para a saúde.

Um estudo publicado no periódico Plant Foods for Human Nutrition revelou que o óleo extraído do pequi pode auxiliar na prevenção e até no tratamento de doenças renais, incluindo a doença renal crônica (DRC). Em experimentos realizados com animais, o óleo reduziu marcadores de inflamação e protegeu os rins contra lesões provocadas por toxinas e distúrbios metabólicos. Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores destacam que ainda são necessários ensaios clínicos em humanos.

Ação antioxidante e anti-inflamatória

Os efeitos positivos do pequi não se limitam ao sistema renal. Estudos anteriores já haviam identificado seu potencial antioxidante e anti-inflamatório. Em 2017, análises destacaram compostos bioativos com ação protetora do sistema cardiovascular. Em 2020, outra pesquisa apontou redução do colesterol LDL, conhecido como “colesterol ruim”. Já em 2016, cientistas observaram efeitos contra lesões hepáticas associadas ao câncer.

Nutrientes que fazem diferença

O fruto também se destaca pela riqueza nutricional. É fonte de gorduras boas, carotenoides, vitamina E, fibras e minerais como potássio, magnésio e cálcio. Esses nutrientes contribuem para a saúde do coração, favorecem a saciedade, auxiliam no bom funcionamento do intestino e ajudam a preservar a visão.

Consumo com moderação

Apesar das vantagens, nutricionistas alertam que o pequi deve ser consumido com cautela. Por ser bastante calórico, o excesso pode comprometer dietas voltadas ao controle de peso. O mesmo cuidado se aplica ao óleo do fruto, cuja recomendação diária é de apenas uma a duas colheres de chá, evitando utilizá-lo em frituras.

Melhor forma de consumo

Do ponto de vista nutricional, a melhor forma de aproveitar o pequi é consumi-lo in natura. Como o fruto costuma ser cozido ou frito, a orientação é adicioná-lo apenas ao final do preparo, preservando seus nutrientes. Outra opção é congelar a polpa, garantindo o consumo fora da temporada sem perda significativa de vitaminas.

Especialistas ainda reforçam cuidados básicos: o caroço do pequi contém espinhos que podem causar ferimentos e, embora incomuns, reações alérgicas podem ocorrer.

Assim, mais do que um símbolo da cultura alimentar goiana e do Cerrado, o pequi começa a ganhar espaço também como aliado da saúde — desde que respeitado o consumo equilibrado.

Por Victor Santana Costa
Foto: Reprodução
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