Coronavírus Goiás tem 43 mil testes para Covid-19 que vencem em dezembro

Teste para a Covid-19 (Foto: Prefeitura de Aparecida de Goiânia)

Material foi enviado pelo Ministério da Saúde para a Secretaria Estadual e pode ser perdido antes da utilização...

Goiás tem aproximadamente 43 mil testes do tipo RT-PCR com vencimento até o fim da primeira quinzena de dezembro. O total representa 90% dos exames de amplificação (última etapa do diagnóstico da Covid-19) atualmente em estoque na Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO). Outras 4,2 mil unidades têm vencimento em abril do próximo ano.

Os testes estão em um lote de 601 kits recebidos pela SES-GO em novembro, enviados pelo Ministério da Saúde (MS). Cada kit desses tem, aproximadamente, 80 testes, segundo a superintendente de Vigilância em Saúde da pasta, Flúvia Amorim. De acordo com ela, a remessa atendeu a um pedido da SES-GO para suprir a demanda do Estado até janeiro.

Ocorre que os lotes entregues vieram com validade que vence antes do prazo planejado por Goiás para aplicação dos exames. Dessa forma, há risco de que boa parte seja perdida. Atualmente, o Laboratório de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen), onde os exames para Covid-19 são feitos, tem realizado 600 testes por dia, mas a capacidade é para 1 mil.

Na melhor das hipóteses, portando, seria possível realizar 20 mil exames até o dia 15 de dezembro. No ritmo atual de produtividade do Lacen, seriam 12 mil neste período. Portanto, a perda de testes por causa da data de vencimento pode girar entre 23 mil a 31 mil. O valor individual estimado é de aproximadamente R$ 42.

A quantidade de testes com vencimento em dezembro equivale a quase 60% de todas as amostras avaliadas pelo Lacen desde o início da pandemia em Goiás. De acordo com a SES-GO, foram 72 mil análises, com 23,8 mil positivos. Na tarde desta quarta-feira (25), prefeituras, como a de Goiânia e a de Aparecida de Goiânia, terceirizaram os exames.

RT-PCR

O teste RT-PCR é considerado o mais eficiente para o diagnóstico de Covid-19. Ele completa o teste de extração, que retira material genético viral (RNA) das secreções coletadas dos pacientes. Em relação a este teste, a SES-GO tem 100 mil em estoque, adquiridos pelo governo do Estado.

Flúvia Amorim admite que há risco de perda do material. “Nosso pedido era para uso até janeiro”, reforça. “Por isso, aguardamos agora uma posição do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a possível prorrogação do prazo de validade dos kits recebidos”, afirma.

De acordo com a superintendente, essa ampliação da validade não é “rara” e ocorre mesmo com medicamentos. Mas não é um processo automático: a Anvisa precisa de dados técnicos da fabricante do material. “A legislação do Brasil é mais rigorosa. Em alguns países, esse prazo de validade é maior”, diz. A duração de um kit pode variar entre seis meses a até dois anos.

O Lacen tem centralizado os exames de Covid-19 desde o início da pandemia, em março. O laboratório faz os testes de casos graves e de óbitos – por isso, algumas prefeituras optaram por terceirizar o serviço (leia nesta página). Além dos kits, o laboratório recebeu, do governo federal, dois equipamentos extratores, utilizados no exame.

MS diz que prazo pode ser maior

Representantes do Ministério da Saúde disseram na quarta-feira (25) que é possível estender a validade, por mais 12 meses, de 6,8 milhões de testes contra Covid-19 que estão em estoque e venceriam em janeiro de 2021.

Essa ampliação está prevista em parecer da empresa fabricante dos exames, afirma o governo. O aval, porém, depende de análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que alega não ter recebido nenhum pedido até o momento.

Segundo o secretário de vigilância à saúde, Arnaldo Medeiros, a pasta vai verificar agora como fazer o pedido para estender o prazo de uso.
A declaração ocorreu em audiência na Câmara dos Deputados sobre a manutenção, por parte do Ministério da Saúde, de 7 milhões de testes contra Covid-19 em um estoque em Guarulhos.

Representantes da pasta admitiram o problema, mas alegaram que o prazo de expiração dos testes foi dado de forma “cartorial” pela Anvisa e não corresponde à validade real dos produtos.

De acordo com Correia, embora a embalagem apresente validade até essa data, a data interna de vencimento dos insumos varia entre outubro de 2021 e abril de 2023.

Ele atribuiu a responsabilidade pela definição das datas à Anvisa, que concedeu registro aos produtos, cuja validade varia de seis a oito meses.

“O prazo da Anvisa tinha um caráter meio provisório, dado por uma situação emergencial”, disse Correia. [PAÍSES]A diretora da Anvisa Cristiane Jourdan, no entanto, contestou a afirmação na audiência e disse que as datas de validade foram definidas pela própria empresa que forneceu os produtos, e não pela Anvisa. (Folhapress)

Prefeitura de Goiânia terceiriza exames

Ao contrário do governo estadual, a Prefeitura de Goiânia optou por terceirizar os testes para detecção do coronavírus Sars-CoV-2, o causador da Covid-19. Em relação aos RT-PCR, foram contratados três lotes de laboratórios particulares, em um valor total de cerca de R$ 11,3 milhões. Ao todo, foram adquiridos 120 mil testes, dos quais 73,5 mil já foram realizados.

De acordo com o superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Yves Mauro Ternes, a prefeitura optou por este modelo pelo fato de que o Laboratório de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen) ter focado em testes de pessoas com formas graves da doença ou em casos de morte. “Com a alta demanda para a Covid-19, o Lacen parou de fazer pesquisa de outros vírus respiratórios”, diz Yves.

O primeiro contrato da Prefeitura foi com o Laboratório de Imunologia e Transplantes de Goiás (HLAGyn), para um lote de 4,9 mil testes, feito com dispensa de licitação, ainda quando surgiram os primeiros casos de Covid-19 em Goiânia, em abril. O segundo, com o Científica Lab, para 15 mil testes.

O contrato em vigor, novamente com o HLAGyn, prevê 100 mil exames, com possibilidade de ampliação de 50% no volume. Os dois últimos foram na modalidade pregão eletrônico, o que levou à redução de preços unitários. A Secretaria Municipal de Saúde tem outro contrato, com a Universidade Federal de Goiás (UFG). A instituição de ensino superior foi contratada por R$ 800 mil, para realizar 2 mil testes do tipo RT-PCR, que é indicado para pessoas com sintomas de Covid-19.

Antígeno

Além do RT-PCR, a SMS tem realizado também outros tipos de exames. Nas testagens ampliadas, é utilizado o teste de antígeno rápido, para pessoas que não têm sintomas da doença. Com uma técnica de coleta similar, utilizando a haste swab, ele pode dar uma resposta em cerca de 20 minutos – contra até 48 horas do RT-PCR. Essa modalidade é usada para que a pasta possa realizar o rastreamento de contatos, feito por meio de Telemedicina, mais rapidamente.

Até 11 de novembro, 95,7 mil pessoas foram atendidas em alguma das 15 fases da testagem ampliada – 57 mil nas tendas e 38,6 mil no sistema drive thru, em que o paciente não precisa sair do carro. Destes, 11,4 mil, ou 12% do total, deram positivo.

Fonte: O Popular
Foto Capa: Prefeitura de Aparecida de Goiânia
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