Goiás Registra Primeira Morte por Dengue em 2025 e Enfrenta Aumento de Casos
O estado de Goiás registrou a primeira morte por dengue em 2025, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. A vítima, residente de Heitoraí, na região central, foi diagnosticada com a doença, que já afeta significativamente a população goiana neste início de ano. A confirmação do óbito ocorre enquanto outras seis mortes seguem sendo investigadas pelas autoridades de saúde, com casos em Goiânia, Mozarlândia e São Simão.
Até o momento, Goiás já soma 2,9 mil casos confirmados da doença, com um cenário de crescimento alarmante. Em resposta ao aumento expressivo da incidência da dengue, 14 municípios goianos estão em situação de emergência. Este panorama remete a um cenário semelhante ao de 2024, quando o estado enfrentou uma das maiores epidemias de dengue da história, com 321 mil casos e 429 mortes confirmadas.
Neste cenário de alerta, o estado também lida com a circulação do sorotipo 3 do vírus da dengue, registrado após 17 anos de ausência. Este novo tipo da doença foi identificado em três cidades goianas: Anápolis, Goiatuba e Rio Verde. A chegada do sorotipo 3 acende um alerta entre os especialistas, já que a população local tem pouca ou nenhuma imunidade contra essa variante. Marcelo Daher, infectologista, explicou que a circulação de um novo sorotipo pode agravar a situação, especialmente para pessoas que já foram infectadas pelos tipos 1 ou 2, tornando-as suscetíveis a complicações graves.
A Secretaria de Saúde de Goiás registrou até agora 1.905 casos confirmados do sorotipo 3, com seis óbitos em investigação. Os sintomas dessa forma da dengue são parecidos com os dos outros tipos e incluem febre alta, dor de cabeça intensa, dores no corpo, manchas vermelhas na pele, náuseas e mal-estar. O médico Daher também destacou a importância da vacinação, disponível tanto nos postos de saúde públicos quanto privados, como uma medida essencial para controlar a disseminação do vírus.
Em Rio Verde, a baixa adesão à vacina tem sido um ponto crítico. Apenas 24% da população elegível procurou os postos para tomar a primeira dose, o que reforça a necessidade de intensificar a conscientização sobre a importância da imunização. A vacinação protege contra os quatro sorotipos do vírus e é especialmente recomendada para crianças entre 10 e 14 anos.
A Secretaria de Saúde de Goiás, por meio da subsecretária de Vigilância da Saúde, Flúvia Amorim, enfatizou que o combate à dengue continuará sendo uma prioridade, com ações para o controle do vetor, eliminação de criadouros e orientação da população sobre cuidados preventivos. Além disso, o estado ampliará o monitoramento e oferecerá suporte técnico às prefeituras para fortalecer as ações de combate à doença.
Uma medida inédita para 2025 será a borrifação domiciliar com inseticida, focada em áreas de grande aglomeração. A estratégia visa proporcionar uma proteção de longo prazo contra o mosquito transmissor da dengue, especialmente em localidades com alta incidência de casos.
Com o cenário de aumento de casos e a presença de um novo sorotipo circulante, as autoridades reforçam a necessidade de vigilância constante, eliminação de focos do mosquito e a procura imediata por atendimento médico ao surgirem sintomas da doença.