23 de dezembro de 2024
Novo horário de funcionamento de postos de combustíveis começa hoje

Foto: Internaet

Preço do botijão pode chegar a R$100 e litro da gasolina, que passa pelo quarto aumento consecutivo em 2021, pode ir à R$ 5...

O consumidor vai sofrer ainda mais com aumentos de preços nos próximos dias. Isso porque a Petrobras aumentou novamente o custo dos combustíveis na segunda-feira (8). Assim, valores ao consumidor serão reajustados a partir da meia-noite desta terça-feira (9). A gasolina, que já acumula seu quarto aumento só em 2021, terá acréscimo de 8,2%; o litro, poderá ser encontrado a R$ 5, 21,02% de reajuste acumulado neste ano. Diesel, por sua vez, aumenta 6,2%, enquanto o gás de cozinha recebe valoração de 5,1% e poderá custar cerca de R$ 100 nas revendedoras.

De acordo com o do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto), Márcio Andrade, a alta está vinculada ao preço do dólar, moeda em que a comercialização do barril do petróleo está baseada. Isso resulta no acréscimo de R$ 0,17 por litro sobre a gasolina e R$ 0,13 centavos por litro de diesel.

Ele explica que os postos já sentem o aumento de forma imediata, mas que fica a critério de cada proprietário do posto em repassar o aumento. Porém, o portal já encontrou postos com gasolina chegando aos R$ 5 na manhã desta terça.

“O aumento deve ser sentido no decorrer da semana e, como o mercado é livre, o dono do posto de combustível pode ou não repassar esse aumento já que não temos a política de paridade entre os preços. Alguns podem repensar pelo fato do atual cenário que estamos vivendo, que não é fácil para ninguém, inclusive para os donos de postos”, ressalta Márcio.

(Infográfico: Niame Loiola/Mais Goiás)

Etanol

O presidente da entidade ainda ressalta que o etanol não entrou nessa rodada de aumento porque funciona sob uma dinâmica é diferente. “Os aumentos do etanol são diários, mas contamos com muitas usinas que produzem aqui no Estado. Também temos uma plataforma da USP (Universidade de São Paulo) que nos ajuda no comparativos de preços de produtos agrícolas”, explica.

Gás de cozinha

O gás de cozinha sofreu dois aumentos neste ano que, somados, já chegam a 11%. O presidente do Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás da Região Centro-Oeste (Sinergás), Zenildo Dias do Vale, afirma que, com o novo acréscimo, o gás para entrega pode variar de R$ 90 a R$ 100.

“A gente não sabe como que vai repassar esse aumento para o consumidor. Pois todos estamos saturados de tanta alta. E nos casos do revendedores de gás, o aumento foi duplo, já que também contamos com a aquisição de gasolina para realizar a entregas”, ressalta.

Zenildo afirma que muitos empresários do ramo também sofrem com os impactos da retração da economia nesse momento pandêmico. “Muitos estabelecimentos também fecharam por não darem conta de se manterem e não terem ajuda com o crédito. A ajuda do governo ainda veio em um bom momento, mas agora acabou e a gente fica imaginando como o pai de família que não está trabalhando terá R$ 100 para comprar um botijão de gás. Mas também não tem como não repassarmos esse aumento”, sublinha.

Impactos entre empresários

Márcio (Sindiposto) destaca que o aumento do combustível também reflete de maneira negativa no bolso dos proprietários. Segundo ele, muitos donos de postos também tiveram prejuízos nessa pandemia e, por mais que haja o giro rápido de dinheiro, investimentos altos também têm sido necessários.

“Muitos proprietários estão pegando empréstimos para investir ainda mais nos postos. Tem gente que utilizou todas as suas economias para poder comprar combustíveis para manter o lugar abastecido. Todos sofrem com o aumento dos valores. E ainda tem mais agravante: o local que abriga um posto sempre será um posto de gasolina. Não é igual um outro comércio que fecha uma drogaria e abre uma lanchonete, por exemplo. A estrutura é muito específica”, desabafa.

Negatividade: queda em vendas

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Comércio de Mineiros e Derivados de Petróleo de Goiás (Sindipetro), Ageu Cavalcante Lemos, também aponta os impactos negativos do aumento nesse momento. “Muitos postos registram quedas de 15% a 20% nas vendas se a gente juntar todo o ano passado. Os donos dos postos investiram mais dinheiro e estão comprando produto mais caro. A gente corre risco de mais empresários não aguentarem essa pressão e fecharem. Com isso, teremos mais pessoas desempregadas também”, pontua.

O presidente ainda critica a alta dos impostos que também contribui com a alta dos preços. Só de ICMS pagamos 18%. Imagina isso sobre o preço de combustível? E ninguém quer abrir mão disso, já que o imposto é a maior arrecadação do estado. Pis e Confins também são absurdos. É difícil empreender no Brasil”, conclui.

Fonte: O Popular
Foto Capa: Reprodução / Pixabay
Jornalismo Portal Panorama
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