Dia do Professor: data celebra a importância de quem transforma vidas em meio a desafios e queda na motivação
Nesta quarta-feira (15), o Brasil celebra o Dia do Professor, uma data dedicada a valorizar profissionais que constroem diariamente os alicerces do conhecimento. A comemoração, porém, chega acompanhada de um alerta. Uma nova pesquisa revela queda na esperança e na motivação entre educadores, evidenciando desafios cada vez maiores dentro e fora da sala de aula.
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Segundo levantamento da OPEE Educação, realizado com 1.763 educadores de escolas públicas e privadas, o índice de confiança no futuro da educação caiu de 58,59% em 2024 para 45,21% em 2025. Já o número de professores pouco esperançosos ou pessimistas subiu de 2,84% para 10,27%.
Mesmo assim, a maioria segue acreditando no papel da escola como motor de transformação social, resistindo à pressão e ao desgaste emocional.
Queda na motivação e pedido por apoio
O estudo mostra que apenas 7,8% dos docentes se sentem totalmente motivados. Para 44,81% dos entrevistados, o impacto positivo que geram na sociedade ainda é a principal razão para continuar na profissão. No entanto, esse percentual era maior em 2024, quando alcançava 51,85%.
Além disso, cresceu de 3,17% para 6,18% o número de professores que veem a docência apenas como meio de sustento. O dado reforça que há mudanças significativas na forma como os profissionais enxergam a carreira.
Para Leo Fraiman, psicoterapeuta e autor da metodologia OPEE, os números são um recado claro. “Os professores continuam acreditando no poder transformador da educação, mas os dados deixam evidente um pedido de ajuda. Eles precisam de apoio real, de condições de trabalho mais justas e de políticas que reconheçam sua importância”, afirmou.
Saúde mental e valorização: pilares para o futuro
A pesquisa indica caminhos importantes para fortalecer a esperança na profissão: melhor remuneração (66,93%), apoio à saúde mental (62,28%), maior envolvimento da comunidade (40,05%) e formação continuada (38,85%).
Cinco anos após a pandemia, os impactos emocionais continuam presentes. Casos de burnout, ansiedade e exaustão seguem crescendo. Especialistas alertam que cuidar de quem ensina é essencial para garantir o aprendizado dos alunos.
“Sem valorização financeira e sem suporte psicológico, não haverá futuro para a educação”, destacou Silvana Pepe, diretora-geral da OPEE Educação. “Precisamos de políticas públicas e de ações institucionais que cuidem do professor como ser humano integral, com corpo, mente e propósito.”
Professores: protagonistas da transformação social
O perfil dos participantes reforça a força da categoria. Do total, 88,03% são mulheres, a maioria com idades entre 35 e 54 anos. Além disso, 40,16% atuam há mais de 21 anos na área. A diversidade de funções — de professores polivalentes a coordenadores pedagógicos — demonstra que o ensino brasileiro é mantido por profissionais experientes e comprometidos.
Neste Dia do Professor, mais do que homenagens simbólicas, os números reforçam a necessidade de ações concretas para valorizar quem dedica a vida a ensinar. Sem professores motivados, não há transformação possível.
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