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Colunista: Jackelyne Dutra – CRMV-GO 05767
A raiva é uma doença viral e aguda e fatal que acomete mamíferos, inclusive o homem. É transmitida, principalmente, pela mordida de animais infectados, os quais eliminam o vírus na saliva. Trata-se de um problema de saúde pública, visto o caráter altamente fatal da doença.
A raiva é relatada em todo o mundo, com exceção de algumas áreas geográficas que se encontram livres da doença, como resultado de um programa de vacinação.
Vacinar anualmente cães e gatos é a melhor forma de prevenir a raiva, doença que pode acometer todas as espécies de mamíferos. Segundo o boletim epidemiológico, no Brasil no período de 2010 a 2020, foram registrados 38 casos de raiva humana, sendo que em 2014, não houve caso. Desses casos, nove tiveram o cão como animal agressor, vinte por morcegos, quatro por primatas não humanos, quatro por felinos e em um deles não foi possível identificar o animal agressor.
Sabe-se que os quirópteros (morcegos) podem albergar o vírus por longo período, sem sintomatologia aparente.
O período de incubação é, em geral, de 15 dias a dois meses e está relacionado à localização, extensão e profundidade da mordedura, arranhadura, lambedura ou tipo de contato com a saliva do animal infectado; da proximidade da porta de entrada com o cérebro e troncos nervosos; concentração de partículas virais inoculadas e cepa viral. Na fase anterior ao aparecimento de uma doença os animais apresentam mudança de comportamento, escondem-se em locais escuros ou mostram uma agitação inusitada. Após 1 a 3 dias, ficam acentuados os sintomas de excitação.
O cão se torna agressivo, com tendência a morder objetos, outros animais, o homem, inclusive o seu proprietário, e morde-se a si mesmo, muitas vezes provocando graves ferimentos. A salivação torna-se abundante, uma vez que o animal é incapaz de deglutir sua saliva, em virtude da paralisia dos músculos da deglutição. Há alteração do seu latido, que se torna rouco ou bitonal, em virtude da paralisia parcial das cordas vocais.
Os cães infectados pelo vírus rábico têm propensão de abandonar suas casas e percorrer grandes distâncias, durante a qual podem atacar outros animais, disseminando, desta maneira, a raiva. Na fase final da doença, é frequente observar convulsões generalizadas, que são seguidas de incoordenação motora e paralisia do tronco e dos membros. Em gatos, a raiva, na maioria das vezes, é do tipo furioso, com sintomatologia semelhante à raiva canina.
A forma muda se caracteriza por predomínio de sintomas do tipo paralítico, sendo a fase de excitação extremamente curta ou imperceptível. A paralisia começa pela musculatura da cabeça e do pescoço; o animal apresenta dificuldade de deglutição e suspeita-se de “engasgo”, quando então seu proprietário tenta ajudá-lo, expondo-se à infecção. A seguir, vêm a paralisia e a morte. Normalmente, esses sinais aparecem quando a raiva é transmitida pelo morcego.
Nos cães e gatos, a eliminação de vírus pela saliva ocorre de 2 a 5 dias antes do aparecimento dos sinais clínicos e persiste durante toda a evolução da doença (período de transmissibilidade). A morte do animal acontece, em média, entre 5 e 7 dias após a apresentação dos sintomas.
Fala-se muito sobre o combate à raiva, uma expressão clínica de uma infecção a vírus, mas combatê-lo uma vez instalado, na maioria das vezes, já não é eficaz. Existem ações de controle realizadas para evitar que a doença se manifeste.
Em cães e gatos, por exemplo, a aplicação da vacina faz com que o sistema imune destes animais produza anticorpos. Se por acaso ele for exposto ao vírus da raiva, o organismo saberá reagir e eliminar as partículas de vírus antes que cheguem ao cérebro. Evite deixar que cães/gatos acessem a rua sem supervisão do tutor, nunca mexer com animais desconhecidos e se por acaso for agredido, lavar bem o ferimento com água e sabão e procurar imediatamente um posto de saúde mais próximo de sua residência.
No caso de agressão por parte de algum animal, a assistência médica deve ser procurada o mais rápido possível. Quanto ao ferimento, deve-se lavar abundantemente com água e sabão e aplicar produto antisséptico.
Nunca tocar em morcegos ou outros animais silvestres diretamente, principalmente quando estiverem caídos no chão ou encontrados em situações não habituais.
Todo atendimento antirrábico deve ser notificado, independente do paciente ter indicação de receber vacina ou soro antirrábico. Existe uma ficha específica padronizada, que se constitui em um instrumento fundamental para decisão da conduta de profilaxia a ser adotada pelo profissional de saúde, que deve ser devidamente preenchida e notificada.
Colunista: Jackelyne Dutra – CRMV-GO 05767
Revisão por Estael Lima
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