O limite determinado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para duração de quedas do serviço foi descumprido em 142 conjuntos elétricos de Goiás em 2023. O número representa 91% das 156 áreas do estado. Já a frequência de interrupções foi desrespeitada em 125, ou seja, 80% do total.
Dados da Aneel apontam que em sete áreas a média da Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) ultrapassou 100 horas. Nestes conjuntos estão cidades de diferentes regiões do estado, como Entorno do Distrito Federal (DF), Sul, Noroeste e Sudoeste. Por outro lado, os melhores resultados estão principalmente na Região Metropolitana de Goiânia e no Entorno do DF.
O Cristalina S2 foi o conjunto que registrou o pior resultado de DEC no ano passado, 152,81 horas. O limite era de 20. Esta área tem 2,7 mil unidades consumidoras localizadas em cidades como Cristalina, Ipameri e Luziânia. O segundo pior resultado foi do conjunto Britânia, com média de 144,05 horas no escuro, quando o teto era de 23. Além de Britânia, este conjunto também é composto por municípios como Aruanã, Itapirapuã e Jussara.
Segundo a presidente da Comissão Especial de Direito das Energias Renováveis da Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB-GO), Thawane Larissa Silva, o cenário nestes conjuntos é provocado por um sistema degradado. “Redes antigas que precisam de investimento de infraestrutura. As redes do estado de Goiás precisam de modernização, de serem praticamente refeitas. Para termos qualidade da energia, precisamos ter rede com qualidade. Não temos hoje”, disse a advogada.
O melhor resultado é do Aeroporto S3, em Goiânia, onde 20,2 mil unidades consumidoras passaram, em média, 3,89 horas sem energia no ano passado, quando o limite era de 6. Entre os melhores resultados também está o conjunto Rio Vermelho, com 6,59 horas de interrupção do serviço. O teto era de 10 horas. Fazem parte desta área cidades como Luziânia, Novo Gama e Santo Antônio do Descoberto.
Responsável pela distribuição de energia elétrica no estado, a Equatorial Goiás foi considerada pela Aneel a pior companhia de grande porte de 2023, entre 29 empresas). O ranking foi publicado há cerca de duas semanas e mostrou que os consumidores goianos passaram em média 21,96 horas sem fornecimento de energia no ano passado. A Aneel apontou média de 10,94 interrupções no estado. A Equatorial chegou a Goiás no fim de 2022, após comprar a antiga Celg-D da italiana Enel.
Em nota, a Aneel destacou que, quando os limites não são cumpridos, geram compensação ao consumidor. O desconto é feito diretamente na conta de energia. Em Goiás, as compensações somaram R$ 201 milhões em 2023. O órgão federal destacou que também monitora outros aspectos da qualidade do serviço, como o tempo de atendimento a ocorrências emergenciais e o porcentual de interrupções de duração excessiva acima de 24 horas.
Fiscalização
A Agência Goiana de Regulação (AGR) informou por nota que tem “acompanhado atentamente e adotado as providências previstas na legislação ante o baixo número de conjuntos elétricos que cumprem os limites regulatórios dos indicadores DEC e FEC”. O órgão estadual disse que acompanhou as obras executadas pela distribuidora em 2023 e a expectativa é que estas intervenções tenham impacto na melhora do desempenho.
A Aneel, em parceria com a AGR, firmou, em dezembro de 2023, um Plano de Resultados de Continuidade do Fornecimento com a Equatorial, que contém, segundo a agência, metas a serem cumpridas anualmente pela distribuidora, chegando a 80% dos conjuntos com DEC e FEC dentro dos limites até 2028.
O secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, tem acompanhado o tema energia elétrica desde o início da gestão do governador Ronaldo Caiado (UB). O cumprimento do plano de resultados é acompanhado pela AGR trimestralmente.

Nota da Equatorial Goiás, enviada ao Portal Pn7:
A Equatorial Goiás segue, desde o início de sua operação, focada na reconstrução da rede elétrica do estado. No ano passado, foram realizados investimentos da ordem de R$ 2 bilhões em ações de recuperação do sistema. O resultado totaliza 426.500 obras entregues, como manutenção preventiva, limpeza de faixa, criação de novas redes de média tensão, novas ligações com obras, podas de árvores, trocas de equipamentos, manutenções e modernizações de subestações. Em apenas um ano foram adicionados 403 MVA de capacidade de energia ao sistema, um aumento de 17% na distribuição de energia comparado ao período anterior.
A companhia ressalta que o desafio pela reconstrução da rede continua. Em 2024, o foco se mantém na recuperação do sistema elétrico e num ritmo constante de ações e investimentos. O empenho é ininterrupto na execução das obras que estão em andamento para transformar a realidade da energia, em Goiás. Para se ter uma ideia, apenas no 1º trimestre deste ano as equipes da concessionária já concluíram 131.069 obras em todo o estado e milhares de outras já estão programadas e com datas para sair do papel. A distribuidora tem convicção de que os goianos vão sentir, ainda mais, os efeitos deste trabalho.Todo o trabalho realizado em 2023 e em 2024 pode ser conferido, em tempo real. pelo Trabalhômetro (https://trabalhometro-equatorialgo.com.br/), plataforma pioneira da empresa que permite acompanhar de forma ainda mais transparente a atuação e planejamento da empresa para todos os seus clientes. Por meio do Trabalhômetro é possível acompanhar a evolução de cada uma das atividades dessa operação, tanto por período, como por região.A concessionária ressalta ainda que segue empenhada e dedicada para o cumprimento do compromisso firmado com a Aneel e, acima de tudo, com os clientes diante da reconstrução de todo o sistema em todo o território goiano.
Fonte: O Popular
Foto: Reprodução
Jornalismo Portal Pn7