Brasil deverá retirar vacinação contra febre aftosa até 2020

Brasil deverá retirar vacinação contra febre aftosa até 2020

Rosana de Carvalho – Site PaNoRaMa

No Brasil, apenas os estados de Roraima, Amapá e Amazonas ainda não apresentaram atestado que comprova a eliminação da febre aftosa e, portanto, o país, por conta de toda a sua dimensão geográfica e esforços contínuos para se livrar desta doença, está na etapa final do Plano de Erradicação da Febre Aftosa, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

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O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, deverá anunciar na reunião da Comissão Sul-Americana para a Luta Contra a Febre Aftosa (Cosalfa) 2017, o cronograma das alterações da vacinação contra a doença, que deverá ser retirada de forma gradual. O encontro será realizado entre os dias 3 e 7 de abril em Pirenópolis (GO) e terá, além dos representantes brasileiros, participação dos governos da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Panamá, Paraguai, peru, Suriname, Venezuela e Uruguai.

Deste modo, uma das etapas do plano de erradicação da febre aftosa envolve mudanças na vacina. Em 2018, ela deixará de ser trivalente, ou seja, contra os vírus A, C e O e passará a ser bivalente, retirando a proteção contra o vírus C, o qual já foi erradicado há mais de 13 anos. Com esta mudança, a dose da vacina cairá de 5 mL para 2 mL. Além disso, ainda neste mesmo ano o MAPA cogita a possibilidade da retirada de vacinação de 80 milhões de cabeças a partir da segunda etapa da vacina, que ocorre no mês de novembro.

Com todas estas alterações, a expectativa é que até 2020 e com o reconhecimento da erradicação da febre aftosa pela Organização Mundial de Saúde Animal, a vacina deixe de ser aplicada em bovinos e bubalinos no Brasil. Ainda de acordo com o diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Guilherme Marques, “a retirada da vacinação está decidida, o que é preciso agora é definir como e quando será realizada. E, para isso, serão promovidas reuniões no país com todos os integrantes da cadeia produtiva. Não haverá surpresas, tudo será feito de maneira organizada e tecnicamente defensável, respeitando também a situação sanitária dos estados”.

Para o produtor, estas mudanças serão bem vindas, já que promoverão uma redução de gastos e também alterações benéficas quanto ao manejo dos animais nas propriedades, diminuindo o estresse no curral e acabando com as reações no animal provocadas por esta vacina e que podem acarretar perdas de até dois quilos no momento do toalete, ou seja, na preparação dos cortes no frigorífico.

Rosana de Carvalho – Site PaNoRaMa

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