A dona de casa Rubiane Camilla Barbosa de Leles, que perdeu um bebê aos nove meses de gestação, prestou depoimento à Polícia Civil de Jataí, na tarde de segunda-feira (24). Ela acusa o Centro Médico Municipal de negligência. “Eu estava sentindo muito mal estar, sentindo vontade de vomitar. Minha mãe entrou lá dentro e falou para ele [médico] que a neném estava morta e ele falou: ‘pegue sua filha e volte amanhã para poder retirar o neném’”, relata Rubiane.
Segundo o delegado responsável pelo caso, André Fernandes, caso fique comprovado que houve negligência, haverá punição para o médico que se recusou a fazer o atendimento. Outros profissionais do hospital municipal também serão ouvidos para ajudar na conclusão do inquérito.
A família da jovem conta que, por causa da falta de atendimento na rede pública para a cirurgia, teve de pagar R$ 6 mil em um hospital particular.
Antes de enfrentar dificuldades para a retirada do bebê sem vida, a mulher teria tido problemas para a realização do parto. “Uma coisa importante que ficou bem delineada foi a questão da data limite do parto, ou seja, dia 13. Então nós indagaremos na investigação o porquê não foi obedecido essa data”, informou o delegado.
A polícia pediu um laudo cadavérico para apontar se realmente houve demora em realizar o parto e qual é a verdadeira causa da morte da criança. O resultado deve ficar pronto em dez dias.
O médico responsável pelo atendimento da gestante no hospital municipal não quis comentar o assunto. “Parece que ele [o médico] não estava querendo fazer o parto. Estava tratando ela [a gestante] como se não fosse humana”, disse o pai da criança, Carlos Eduardo Amaral.
O secretário municipal de Saúde de Jataí, Amilton Fernantes, não se pronunciou sobre a possível negligência, alegando que ainda não tinha conhecimento sobre o caso. A direção administrativa do centro médico afirma que já encaminhou as informações para análise da Comissão de Ética Médica do hospital.
Fonte: Do G1 GO, com informações da TV Anhanguera