A JBS, uma das maiores processadoras de alimentos do mundo, acaba de alcançar um marco histórico ao estrear oficialmente na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). O evento aconteceu na quarta-feira (25), em Manhattan, com a tradicional cerimônia do toque do sino de abertura, símbolo de entrada no maior mercado financeiro do planeta.
A cerimônia contou com a presença ilustre de José Batista Sobrinho. de 91 anos, — o “Zé Mineiro” — fundador da JBS, que pessoalmente acionou o sino. A homenagem emocionou o público e simbolizou a trajetória de mais de 70 anos da empresa, que teve início com um pequeno açougue em Anápolis (GO) e hoje figura entre as gigantes globais do setor alimentício.
Ao lado do fundador, estavam seus filhos, os irmãos Joesley e Wesley Batista, acionistas controladores da companhia. Também participaram do evento os principais executivos da JBS, incluindo Gilberto Tomazoni (CEO Global), Wesley Batista Filho (CEO da JBS USA) e Guilherme Cavalcanti (CFO Global), além de investidores, analistas e representantes do mercado financeiro norte-americano.
Durante a apresentação institucional feita na sede da NYSE, a alta cúpula da empresa compartilhou com cerca de 100 analistas e investidores a visão estratégica de crescimento sustentável e criação de valor da JBS. O plano inclui reforço de investimentos em inovação, sustentabilidade, expansão de capacidade produtiva e internacionalização de marcas em todos os continentes onde a empresa atua.
Em seu perfil no Instagram, Joesley Batista publicou um texto carregado de emoção e simbolismo:
“Hoje, tocamos o sino da Bolsa de Nova York. Um gesto simbólico, mas que carrega décadas de trabalho, coragem e transformação.
A listagem da @nossajbs na @nyse marca mais do que um novo capítulo para a empresa. Representa o alcance de um sonho que começou no interior do Brasil, com uma pequena casa de carnes, e que hoje ecoa no coração do maior centro financeiro do mundo.
Ver o nome da JBS na fachada da @nyse não é apenas um feito empresarial. É uma mensagem ao mundo: o Brasil tem força, competência e visão para ocupar seu espaço global com protagonismo. Além disso, esse momento também é pessoal para mim. Porque penso no meu pai, no início de tudo, nos inúmeros desafios e nos aprendizados por todo o caminho, nas decisões difíceis que tantas vezes tomamos e na nossa fé inabalável em seguir sempre adiante.
Por isso digo que, hoje, esse sino não toca só para a JBS. Toca para todos que acreditam no poder do trabalho para gerar as transformações que queremos. Toca para todos aqueles que ousam sonhar grande – e que fazem por onde concretizar esses sonhos.”, concluiu.
O discurso emocionado relembrou os desafios superados ao longo das décadas e o orgulho de ver uma empresa com raízes brasileiras ocupar um espaço de destaque no cenário global. Para ele, o momento é também uma homenagem ao pai, pioneiro e idealizador da marca.
Já Wesley Batista, também acionista da companhia, aproveitou a ocasião para reforçar os valores que guiam o grupo empresarial.
“Mesmo com o crescimento e a adaptação ao mercado global, nossa essência permanece a mesma. Somos focados, disciplinados e determinados a ser os melhores no que fazemos.”
A entrada da JBS na Bolsa de Nova York acontece em meio a uma tendência crescente de empresas brasileiras que buscam abrir capital em bolsas internacionais como forma de atrair novos investidores, diversificar fontes de financiamento e aumentar a transparência corporativa perante o mercado global.
Atualmente, a empresa está presente em mais de 20 países, emprega cerca de 270 mil pessoas e atende consumidores em mais de 190 nações. Suas marcas mais conhecidas, como Friboi, Seara, Pilgrim’s, Swift, Moy Park e Primo, figuram entre as líderes em seus segmentos.
Com a listagem nos Estados Unidos, a empresa pretende ganhar ainda mais visibilidade junto a investidores institucionais e ampliar sua capacidade de financiamento para projetos futuros — especialmente no setor de proteínas alternativas, sustentabilidade e tecnologia industrial.
A entrada na NYSE também é estratégica para aumentar a competitividade da JBS frente a concorrentes globais como Tyson Foods e Cargill. Analistas apontam que, além de impulsionar a valorização da empresa, a estreia em Wall Street abre caminho para um novo ciclo de governança corporativa e aproxima a companhia das melhores práticas internacionais de compliance e responsabilidade socioambiental.
Vale lembrar que, nos últimos anos, a empresa tem se empenhado em reposicionar sua imagem no mercado, fortalecendo seu compromisso com a transparência, rastreabilidade da cadeia produtiva e redução das emissões de carbono — temas que estiveram no centro da apresentação feita aos investidores na NYSE.
Com essa conquista, a empresa reafirma seu protagonismo global, mas sem perder de vista suas origens. Como frisou Joesley Batista, o sino tocado em Wall Street também ecoa em Anápolis, no coração do Brasil — onde tudo começou.
Fonte: Curta Mais
Foto: Reprodução
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