A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), órgão do Governo de Goiás, autorizou a antecipação da semeadura de soja nos cultivos de verão para o dia 25 de setembro. Com isso, o prazo do vazio sanitário iniciado, em 1° de julho, e que seria estendido até 30 de setembro, fica reduzido em seis dias. A medida foi regulamentada pela Instrução Normativa nº 07/2020, que tem caráter excepcional, com validade somente para o período da safra de soja 2020/2021.
Para antecipar o calendário de plantio, a Agrodefesa levou em conta solicitação feita por entidades representativas de produtores como a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás – Faeg; Associação dos Produtores de Soja, Milho e outros grãos Agrícolas – Aprosoja-Goiás e Associação Goiana dos Produtores de Algodão – Agopa que apresentaram justificativas técnicas após o tema ser debatido em reunião que teve a participação dessas entidades e também da Associação Goiana dos Produtores de Sementes e Mudas– Agrosem, da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Seapa e da própria Agrodedesa.
O presidente José Essado lembra que no ano passado os produtores foram atendidos quando fizeram esta mesma solicitação. No ofício enviado agora à Agrodefesa, os dirigentes das entidades alegaram que o período de apenas uma safra (2019/2020) não foi suficiente para analisar os impactos da antecipação de seis dias no sistema produtivo da oleaginosa. Eles acreditam que com a antecipação em mais uma safra (2020/2021) será possível avaliar com mais precisão os impactos desta modificação no sistema produtivo em todo o Estado.
Vazio sanitário
O vazio sanitário da soja precisa ser cumprido até o dia 24 de setembro, período no qual não pode haver plantas voluntárias (ou tigueras) de soja em áreas que foram cultivadas na safra de verão. A medida é regulada pela Instrução Normativa n° 08/2014, que fixa o calendário do vazio de 1º de julho até 30 de setembro, com excepcionalização na safra passada e neste ano também. O principal objetivo do vazio é reduzir a possibilidade de incidência precoce da ferrugem asiática nos cultivos da safra de verão. Isso porque, sem planta hospedeira, ocorre a redução da quantidade de uredósporos do fungo no ambiente durante a entressafra. A medida é adotada em Goiás desde 2006 e os resultados são muito positivos.
A Gerência de Sanidade Vegetal da Agrodefesa fiscaliza as áreas cultivadas com soja para verificar o cumprimento da medida. O mais importante, porém, é que os produtores se conscientizem sobre a importância do vazio e eliminem todas as plantas voluntárias da safra anterior. Com isso, há um atraso no surgimento da ferrugem asiática na safra seguinte, o que exigirá menor número de aplicações de fungicidas e menos gasto para o produtor.
Fonte: Portal Goiás
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