Cerca de sete homens residentes em Jataí, na região Sudoeste de Goiás, foram vítimas de extorsão após trocarem fotos íntimas com perfis fakes nas redes sociais. Quatro deles registraram ocorrência na Polícia Civil (PC). Casos ocorreram no início deste ano e são investigados. Até o momento ninguém foi preso. Suspeita é de que criminosos sejam detentos de unidades prisionais.
O delegado responsável pelo caso, Marlon Souza Luz, explica que os suspeitos agiam praticamente da mesma forma em todos os casos. Criavam perfis femininos falsos, com fotos de mulheres jovens e de boa aparência, e adicionavam as vítimas. Em seguida, iniciavam conversa normal e acabavam partindo, posteriormente, para conversas de cunho sexual.
Após adquirir certa confiança, os suspeitos pediam o número telefônico das vítimas para manter contato via aplicativo de mensagem WhatsApp. “Era aí que começava a troca de fotos íntimas. Os criminosos mandavam foto pornográfica de outras pessoas que encontravam na internet. Os homens, confiando nessa troca, também mandavam fotos íntimas, muitas vezes contendo o próprio rosto”, disse o delegado.
A partir daí, segundo Marlon, a extorsão se iniciava. Os suspeitos simulavam ser pai da pessoa com quem as vítimas conversavam e alegavam se tratar de uma menor de idade. “Eles criavam todo um enredo para preocupar as vítimas. [O suposto pai] Falava que a filha era menor de idade e que denunciaria os homens por pedofilia. Também ameaçavam expor as fotos íntimas das vítimas na internet”, explicou.
Segundo Marlon, os autores visavam ter pagamentos certos e rápidos. “Por isso, pediam sempre cerca de R$ 3 mil”.
Os suspeitos ainda se passavam por advogados para propor negociação amigável em troca do silêncio. “Depois de montar toda a história, eles simulavam ser advogados, citavam uns artigos de lei sem a menor conexão com o fato e pediam dinheiro. Em um caso específico, eles se passaram por um delegado que falava que a situação daria problema e que era melhor pagar a quantia”.
Ainda de acordo com o delegado, a suspeita é que os golpes tenham sido aplicados por detentos reclusos em unidades prisionais. Isso porque áudios enviados pelos suspeitos demonstram barulho de celas e internos no fundo. O arquivo não foi disponibilizado para preservar a identidade das vítimas.
Vergonha da exposição
Marlon Souza Luz relata também que diversos homens preferiram não procurar a polícia, nem registrar o caso, em razão da exposição. “Algumas vítimas preferem manter a situação no anonimato por conta da família, trabalho e amigos”, disse.
Nenhum suspeito foi identificado ainda. Isso porque segundo o delegado, as investigações são complexas já que os suspeitos utilizam chips descartáveis com DDDs de diversas cidades. “A principal suspeita é de que se tratam de detentos. Não é impossível fazer essa identificação, mas é bastante complicado. Quando aprofundarmos ainda mais nas investigações poderemos apontar os suspeitos”.
O investigador orienta ainda que os cidadãos não forneçam dados e/ou fotos íntimas a desconhecidos. “No caso específico das vítimas, orientamos que realizassem o bloqueio desses fakes. No geral, a orientação é para tomar cuidado e não confiar em pessoas desconhecidas. O risco é grande”, salientou.
Fonte: Mais Goiás
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