Tirar CNH pode ficar até 80% mais barato: governo estuda liberar processo sem autoescola

A Carteira Nacional de Habilitação (CNH) é um dos documentos mais desejados pelos brasileiros, mas também um dos que mais pesam no bolso. Hoje, o valor médio para obter a habilitação gira em torno de R$ 3.217,64, realidade que acaba afastando muitos candidatos.
Para mudar esse cenário, o governo estuda alterações que podem permitir a emissão da CNH sem a obrigatoriedade de passar por uma autoescola em todas as etapas. A proposta, segundo o Ministério do Transporte, tem como objetivo reduzir em até 80% o custo do processo, o que faria o preço cair para cerca de R$ 645.
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Com isso, a expectativa é ampliar o acesso. Estima-se que quase 54% dos brasileiros ainda não possuem habilitação, sendo o custo apontado como a principal barreira.
Quem será beneficiado?
Inicialmente, a ideia parecia restrita às categorias A (motos) e B (carros de passeio). Porém, o Ministério já confirmou que a CNH sem autoescola poderá valer também para as categorias C, D e E, destinadas a motoristas de caminhões, ônibus e carretas. O impacto pode ser significativo, sobretudo para trabalhadores que dependem do documento para exercer suas atividades.
Como vai funcionar o novo processo?
A solicitação deverá ser feita de forma digital, pelo site da Senatran ou pelo aplicativo Carteira Digital de Trânsito. As autoescolas continuarão funcionando, mas a obrigatoriedade de frequentar todas as aulas deixa de existir.
As aulas teóricas poderão ser assistidas online, enquanto as práticas poderão ser realizadas tanto em autoescolas quanto com instrutores independentes credenciados pelo Detran. Outra mudança é o fim da carga horária mínima obrigatória: caberá ao candidato definir o tempo de preparo adequado.
As provas continuam obrigatórias
Apesar da flexibilização, exames médicos, teóricos e práticos seguirão sendo exigidos. Ou seja, apenas candidatos devidamente preparados conseguirão obter a habilitação. O diferencial está na liberdade para escolher como aprender.
A CNH provisória permanece
Após a aprovação nas provas, o candidato receberá a Permissão para Dirigir (PPD), válida por um ano. Depois desse período, será necessário solicitar a CNH definitiva, processo que poderá ser feito de forma online ou presencial, mantendo a validade da PPD por mais 30 dias até a emissão do novo documento.
O que esperar dessas mudanças?
Se aprovadas, as mudanças podem representar um marco na democratização do acesso à habilitação no Brasil. A expectativa é que mais brasileiros possam conquistar o direito de dirigir, ampliando também as oportunidades de trabalho para motoristas profissionais.
No entanto, especialistas alertam que a segurança viária depende da qualidade da formação. Por isso, será fundamental que os exames mantenham o rigor atual, garantindo que apenas motoristas preparados recebam a CNH.
Por Victor Santana Costa
Foto: Reprodução
Jornalismo Portal Pn7
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