No Dia Mundial do Câncer, celebrado nesta terça-feira, 4 de fevereiro de 2025, especialistas destacam como essa certificação pode contribuir para a redução dos casos da doença, que figura entre as principais causas de morte no mundo. No Brasil, mais de 600 mil novos diagnósticos são esperados apenas neste ano, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Para combater esse cenário preocupante, não bastam apenas ações individuais, como uma alimentação equilibrada e a prática de exercícios físicos. A estruturação de serviços de saúde com foco na qualidade tem papel decisivo. A acreditação hospitalar, processo que certifica se uma instituição de saúde segue padrões rigorosos de qualidade e segurança, desponta como uma ferramenta estratégica tanto na prevenção quanto no tratamento do câncer.
Gilvane Lolato, gerente de operações da Organização Nacional de Acreditação (ONA), reforça que a certificação estimula um cuidado mais humanizado e preventivo. “A promoção da saúde é um dos pilares de um sistema mais eficiente e seguro. Isso passa por campanhas de prevenção, rastreamento de doenças e uma cultura organizacional voltada à qualidade”, explica.
Hospitais acreditados são incentivados a adotar práticas proativas, como programas de rastreamento de câncer e campanhas educativas sobre fatores de risco, incluindo tabagismo, dieta inadequada e exposição solar. Além disso, protocolos baseados em evidências científicas garantem o acompanhamento adequado de pacientes com alto risco para a doença.
Outro ponto importante é a segurança no atendimento. A acreditação busca minimizar erros médicos e melhorar a qualidade dos tratamentos. Isso inclui o controle rigoroso na realização de exames e na administração de medicamentos, fatores fundamentais para diagnósticos e tratamentos precisos.
Apesar de seus benefícios, a acreditação ainda é uma realidade para poucas instituições de saúde no Brasil. Das mais de 380 mil unidades cadastradas, apenas 1.932 são certificadas. Destas, 72,1% possuem acreditação da ONA. A concentração regional também é desigual: 61% das unidades certificadas estão no Sudeste, enquanto apenas 2,8% estão na região Norte.
Investir em qualidade e segurança nos serviços de saúde não é apenas uma garantia de atendimento melhor, mas uma poderosa arma na prevenção de doenças e na promoção de um futuro mais saudável.
Por Gessica Vieira
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